Golpes com Pix: principais táticas dos criminosos e formas de prevenção

O avanço do Pix como meio de pagamento instantâneo, criado pelo Banco Central, expandiu o acesso a transações digitais, mas também abriu caminho para golpes virtuais cada vez mais elaborados. De fraudes bancárias a ataques de engenharia social, criminosos têm usado a rapidez do sistema para desviar valores antes que as vítimas consigam reagir.

Velocidade que beneficia usuários e atrai fraudadores

Segundo o gerente de segurança da informação do Paraná Banco, Sidnei Fernando, o grande diferencial do Pix — a liquidação quase imediata — também se tornou seu ponto frágil. “A operação cai na hora na conta do recebedor; se houver fraude, o tempo de reação é curto”, afirma o especialista. Essa característica dificulta a reversão de valores quando o golpe é identificado tardiamente.

A própria expansão do sistema amplia a superfície de ataque. Nos últimos anos, 47 milhões de chaves pertencentes a 11 milhões de pessoas foram expostas em vazamentos, ampliando o risco de contato de criminosos com dados sensíveis de usuários.

Engenharia social: o golpe mais recorrente

Boa parte das fraudes envolve engenharia social, técnica na qual o golpista manipula a vítima por telefone ou aplicativo de mensagem, fingindo ser funcionário do banco ou representante de empresa confiável. Entre os métodos mais comuns está a ligação que anuncia compra suspeita e exige confirmação imediata de dados ou de suposta “senha de segurança”. A pressão emocional reduz o senso crítico, levando o usuário a repassar informações que permitem acesso à conta.

‘Mão fantasma’: acesso remoto ao celular ou computador

Outro golpe frequente é o conhecido como “mão fantasma”. O estelionatário informa à vítima que há irregularidade na conta e solicita a instalação de um aplicativo de suporte remoto. Com isso, passa a enxergar a tela do dispositivo e a realizar transferências em poucos segundos. “O banco nunca pedirá que o cliente instale software para verificar movimentações”, alerta Sidnei.

QR Codes adulterados e links maliciosos

Também há registros de golpistas que substituem QR Codes em estabelecimentos físicos ou enviam links falsos por e-mail, SMS ou redes sociais. Ao escanear o código ou clicar no endereço, a vítima é direcionada a página maliciosa ou permite que programa espião seja instalado, dando origem a transações não autorizadas. Por isso, especialistas recomendam evitar links de procedência duvidosa e conferir os dados do recebedor antes de confirmar qualquer envio.

Perfis mais visados pelos criminosos

Idosos e pessoas com pouca familiaridade com ferramentas digitais são alvos prioritários dos fraudadores. Essas vítimas costumam ter dificuldade para reconhecer abordagens suspeitas e são mais sensíveis à pressão psicológica. O golpista cria um clima de urgência — por exemplo, associando o suposto problema a bloqueio de conta ou cancelamento de cartão — para impedir que o usuário encerre a ligação ou busque orientação prévia.

O que fazer após cair em um golpe

Agir rapidamente é fundamental. O primeiro passo é contatar a instituição financeira e relatar a fraude. O Banco Central dispõe do Mecanismo Especial de Devolução (MED), que permite bloquear temporariamente os valores na conta do recebedor enquanto a transação é analisada. Entretanto, criminosos costumam fragmentar o dinheiro em várias contas em segundos, tornando a recuperação complexa.

Além de acionar o banco, recomenda-se:

  • Registrar boletim de ocorrência;
  • Buscar delegacia especializada em crimes cibernéticos, como o Nuciber;
  • Reunir comprovantes de conversas, ligações e recibos de transação para auxiliar a investigação.

A possibilidade de ressarcimento existe, mas depende da comprovação de fraude e da localização dos recursos. As instituições avaliam cada caso individualmente, considerando rastreabilidade dos valores e eventual responsabilidade de falhas internas.

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Imagem: Google Imagem

Práticas essenciais para prevenir fraudes

1. Desconfie de ligações inesperadas: bancos não pedem senhas, códigos de validação nem instalação de aplicativos de acesso remoto.

2. Verifique dados antes de transferir: confirme nome, CPF ou CNPJ do recebedor. Se o titular não corresponder à empresa ou pessoa esperada, interrompa a operação.

3. Evite clicar em links desconhecidos: mensagens sobre prêmios, promoções ou regularização de conta podem esconder páginas maliciosas.

4. Confira QR Codes em locais físicos: verifique se o código está afixado corretamente e não apresenta sinais de substituição.

5. Suspeite de ofertas muito abaixo do preço: promoções de hospedagem, veículos ou produtos com valores irrealistas costumam servir de isca.

Ferramentas internas dos bancos monitoram transações atípicas e sinalizam possíveis fraudes. Caso o cliente ignore solicitações suspeitas, o próprio sistema pode bloquear a transferência automaticamente. A orientação geral é adotar postura de cautela permanente, pois a rapidez do Pix, embora conveniente, exige atenção redobrada para evitar prejuízos.

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