Governador da Califórnia lamenta ausência dos EUA na COP30 em Belém

Governador da Califórnia lamenta a ausência dos EUA na COP30 em Belém
Imagem: Ilustrativa

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, afirmou nesta terça-feira que a ausência do governo dos Estados Unidos na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) é “um desrespeito” ao Brasil e um sinal de afastamento da liderança climática global.

Newsom desembarcou na capital paraense com a missão de demonstrar que, apesar da posição do presidente Donald Trump, autoridades estaduais norte-americanas seguem engajadas nas negociações sobre clima. “Sei que minha nação não está representada oficialmente, por isso faço questão de mostrar que somos parceiros estáveis e confiáveis”, declarou.

Pela manhã, o democrata assinou com o governador do Pará, Helder Barbalho, dois memorandos de entendimento que ampliam a cooperação em pesquisa, inovação e combate a incêndios florestais. O acordo prevê troca de tecnologia, monitoramento da saúde das florestas, identificação de áreas suscetíveis ao fogo, estratégias de queima controlada e ações comunitárias de prevenção.

Durante a cerimônia, Newsom reforçou a divergência com Washington a respeito de políticas energéticas. Segundo ele, enquanto Trump “duplica a aposta no carvão em Ohio”, a Califórnia investe em crescimento sustentado por fontes renováveis e baixa emissão de carbono. “Estamos do outro lado desse debate, e nosso estado prospera”, resumiu.

Em setembro, Trump lançara um plano para incentivar mineração e ampliar o uso do carvão, combustível apontado por cientistas como principal vetor das mudanças climáticas. Questionado se um eventual governo democrata recolocaria o país no Acordo de Paris, Newsom respondeu que o retorno “é um compromisso moral e imperativo econômico”.

O intercâmbio firmado em Belém também inclui apoio ao desenvolvimento da bioeconomia amazônica. Na visita ao Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, Barbalho destacou a intenção de conectar a biodiversidade local ao ecossistema de tecnologia do Vale do Silício. “Podemos construir pontes que unam conhecimento, inovação e o potencial da floresta viva”, afirmou.

A Califórnia, maior economia verde dos Estados Unidos, apresenta metas próprias para zerar emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2045. O estado participa de fóruns internacionais, mantém mercados de carbono e lidera programas de proteção a florestas tropicais, iniciativas que Newsom pretende estender ao Pará.

A COP30 reúne representantes de governos, empresas e sociedade civil para negociar metas de redução de emissões e financiamento climático. Sem delegados da Casa Branca, governadores e prefeitos norte-americanos buscam ocupar espaço nas discussões, reforçando o compromisso subnacional com a agenda ambiental.

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