Guarda Civil impede famílias na Ocupação Palestina Livre em Diadema

A Guarda Civil de Diadema mantém, desde a noite de segunda-feira (22), bloqueado o acesso de moradores à Ocupação Palestina Livre, instalada em um prédio desativado no centro do município da Grande São Paulo. O imóvel, que já abrigou um hospital e um centro de atendimento, foi ocupado no início do mês por famílias ligadas ao Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB).

Relatos de moradores apontam que agentes da Ronda Ostensiva Municipal (ROMU), tropa especializada da Guarda Civil Municipal, chegaram ao local por volta das 18h de segunda. Desde então, quem estava fora do prédio não consegue entrar e parte dos ocupantes permanece dentro do edifício para evitar a perda do espaço.

Em nota, o MLB acusa o poder público de desrespeitar decisão judicial que, em 19 de setembro, condicionou qualquer despejo ao oferecimento de aluguel social, moradia provisória e inclusão das famílias em programas habitacionais. Segundo a determinação, só após a comprovação dessas medidas o mandado de desocupação poderia ser cumprido por um oficial de Justiça com apoio policial, se necessário.

“Sem diálogo e sem a presença de oficial de Justiça, a Guarda Municipal está impedindo que moradores retornem às suas casas”, afirmou o movimento. A organização também acusa o prefeito Taka Yamauchi de tentar efetuar o despejo “de forma criminosa” e menciona a participação direta do secretário de Segurança Pública, Paulo Pinheiro da Silva, em atos de violência contra apoiadores.

A ocupação faz parte de uma jornada nacional de lutas iniciada em 7 de setembro, que resultou em 18 ocupações semelhantes em 15 estados. O MLB justifica a ação pelo “grave déficit habitacional” de Diadema, município que, segundo dados do movimento, carece de políticas de moradia capazes de atender a população de baixa renda.

Até o fim da tarde desta terça-feira (23), a Guarda Civil de Diadema permanecia em frente ao imóvel, mantendo a restrição de entrada. Não há informação oficial sobre eventual fornecimento de alternativas de abrigamento às famílias, nem sobre prazo para cumprimento do mandado judicial.

Procurada, a Prefeitura de Diadema não respondeu aos questionamentos sobre a operação, a situação das famílias ou o atendimento às exigências estipuladas pela Justiça.

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