Marina cobra indicadores globais de adaptação como legado da COP30

Em discurso que abriu o segmento ministerial de alto nível da COP30, nesta terça-feira (18), em Belém, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que a conferência “precisa encerrar seus trabalhos com a aprovação dos indicadores globais de adaptação”. Segundo ela, esses parâmetros devem orientar países a preparar cidades, áreas rurais e zonas costeiras para os impactos já visíveis da mudança do clima.

Os indicadores de adaptação climática funcionarão como métricas para medir avanços, direcionar políticas públicas e reduzir vulnerabilidades. Entre os exemplos citados estão a ampliação de áreas verdes nos centros urbanos, medida que eleva a permeabilidade do solo e atenua danos provocados por enchentes e enxurradas.

Marina ressaltou que a ação adaptativa deve “estar no centro da resposta global”, porque proteger populações, territórios terrestres e ecossistemas marinhos depende de instrumentos que permitam acompanhar resultados. Ela lembrou ainda que, de acordo com a ciência, limitar o aquecimento do planeta a 1,5 °C exige a implementação integral das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs).

“Precisamos de ação rápida, ambição reforçada e implementação acelerada”, declarou a ministra. Ela reforçou a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de construção de “mapas do caminho” que possibilitem, de forma planejada, a eliminação do desmatamento e a superação gradual da dependência de combustíveis fósseis, articulando financiamento adequado para essa transição.

Para Marina, a complexidade da crise climática descarta soluções universais. Segundo destacou, o enfrentamento requer diálogo estruturado, troca de experiências e estratégias de longo prazo capazes de contemplar tanto países produtores quanto consumidores de petróleo, gás e carvão.

A titular da pasta ambiental voltou a defender que nações desenvolvidas assumam maior velocidade na redução de emissões, em razão de sua responsabilidade histórica e maior capacidade financeira. Contudo, ponderou que países em desenvolvimento também devem apresentar meios de implementação compatíveis com a diminuição das desigualdades socioeconômicas.

“Essa é a essência de uma transição justa: proteger pessoas, fortalecer a resiliência e orientar decisões pela ciência, moderna e tradicional”, concluiu a ministra.

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