O Ministério da Saúde confirmou nesta terça-feira (25) a aquisição de 1,8 milhão de doses da vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR), agente ligado à maior parte dos casos de bronquiolite em recém-nascidos. O contrato, no valor de R$ 1,7 bilhão, prevê que o primeiro lote, com 673 mil doses, seja distribuído aos estados ainda em novembro, permitindo o início da vacinação já em dezembro.
A estratégia prioriza gestantes a partir da 28ª semana, medida destinada a proteger bebês com menos de seis meses. Não há restrição de idade para a mãe, e a orientação é aplicar uma dose única em cada gravidez. A pasta estabeleceu meta de cobrir 80% desse público.
Segundo o ministério, mais 4,2 milhões de doses devem ser compradas até 2027, garantindo oferta contínua do imunizante. Ao chegar às unidades básicas de saúde, as equipes deverão aproveitar a oportunidade para atualizar o esquema vacinal das grávidas, incluindo as doses contra covid-19 e influenza, que podem ser administradas concomitantemente.
“A maior gravidade do VSR ocorre logo após o nascimento; por isso vacinamos a gestante para que o bebê já nasça protegido”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. A diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai, considerou a decisão “fundamental para evitar internações e óbitos em crianças, especialmente nos primeiros seis meses de vida”.
O vírus sincicial respiratório responde por cerca de 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias em crianças menores de dois anos. Dados da pasta apontam 43,1 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave causados pelo VSR até 15 de novembro, sendo 82,5% das hospitalizações registradas em menores de dois anos.
Como a maioria das infecções é viral, o tratamento limita-se a suporte clínico, hidratação, oxigenoterapia e, quando necessário, broncodilatadores. A vacinação, portanto, é considerada a principal forma de prevenção e de redução da sobrecarga nos serviços de saúde.
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