Itaipu triplica diversidade florestal na área de proteção do lago

A Itaipu Binacional informou que a diversidade florestal no entorno de seu reservatório, entre Brasil e Paraguai, quase triplicou em quatro décadas. Inventário conduzido de março a setembro de 2024 registrou 397 espécies de árvores e arbustos, ante as 139 plantadas originalmente, resultado de políticas contínuas de preservação ambiental iniciadas nos anos 1980.

O levantamento faz parte de um convênio com a Embrapa Florestas e abrange 30 mil hectares de mata ciliar distribuídos por 1,3 mil quilômetros de extensão entre Foz do Iguaçu e Guaíra (PR). Foram catalogados 55 mil indivíduos de espécies como angico-vermelho, ipês, peroba, jequitibá e frutíferas nativas, entre elas araticum, jabuticaba e pitanga.

Segundo a hidrelétrica, a conservação da vegetação é estratégica para assegurar a disponibilidade de água que movimenta as turbinas. O diretor-geral brasileiro, Enio Verri, afirmou que o investimento “ajuda a enfrentar as mudanças climáticas e garante matéria-prima para continuarmos gerando energia por mais de 190 anos”.

O gestor do convênio e técnico da Divisão de Áreas Protegidas da Itaipu, Luis Cesar Rodrigues da Silva, destacou que a mata funciona como barreira natural contra sedimentos e detritos que poderiam comprometer a qualidade da água. “Uma vegetação saudável reduz a erosão e prolonga a vida útil do reservatório”, explicou.

Do ponto de vista ecológico, a faixa de proteção atua como corredor de biodiversidade, ligando o Parque Nacional do Iguaçu, ao sul, e o Parque Nacional de Ilha Grande, ao norte, em zona de transição entre Mata Atlântica, Cerrado e Pantanal. Essa conectividade oferece abrigo a polinizadores e dispersores de sementes, essenciais para a agricultura regional.

Com a fase de plantio praticamente concluída, Itaipu e Embrapa direcionam esforços para a gestão da floresta existente. O acordo prevê estudos adicionais sobre qualidade do solo, abundância de minhocas, diversidade genética de espécies arbóreas e estimativas de carbono estocado, utilizando técnicas de sensoriamento remoto e drones.

A pesquisadora Maria Augusta Doetzer Rosot, da Embrapa Florestas, informou que o objetivo é elaborar um plano de gestão de longo prazo, garantindo a continuidade dos serviços ecossistêmicos, como regulação do clima, proteção do solo, purificação do ar e sequestro de carbono.

Responsável por cerca de 9% do consumo elétrico brasileiro, Itaipu alcançou em setembro a marca de 3,1 bilhões de megawatts-hora produzidos desde 1984. A companhia avalia que manter o cinturão verde em bom estado é condição fundamental para sustentar esse patamar de geração nas próximas décadas.

CURTA NOSSA PÁGINA NO FACEBOOK!

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*