Johnson & Johnson é condenada por câncer associado ao uso de talco

Fachada de um edifício com o logo da Johnson & Johnson, relacionada ao julgamento e condenação por câncer associado ao uso de talco.

Um júri da Corte Superior de Los Angeles decidiu que a Johnson & Johnson deve desembolsar US$ 40 milhões a duas consumidoras que atribuem o desenvolvimento de câncer de ovário ao uso de talco Johnson & Johnson. A deliberação foi concluída na terça-feira (14).

Segundo o veredicto, Monica Kent receberá US$ 18 milhões. Já Deborah Schultz e o marido terão direito a US$ 22 milhões. Durante o julgamento, os advogados das famílias sustentaram que a empresa tinha conhecimento há anos de possíveis riscos ligados ao talco Johnson & Johnson, mas optou por não alertar o público.

Em nota, Erik Haas, vice-presidente mundial de contencioso da companhia, afirmou: “Pretendemos apelar imediatamente desta decisão e esperamos revertê-la, como geralmente ocorre com veredictos adversos isolados”. A fabricante insiste que seus produtos são seguros.

As ações judiciais alegam que lotes do talco continham amianto, substância classificada como cancerígena. A Johnson & Johnson declarou em 2019 não ter encontrado contaminação após testes internos. No mesmo ano, porém, análises da Food and Drug Administration (FDA) detectaram vestígios de amianto em amostras do produto.

Em maio de 2020, a empresa retirou o Johnson’s Baby Powder das prateleiras dos Estados Unidos e do Canadá. À época, justificou a medida como parte de uma revisão de portfólio em meio à pandemia de Covid-19, mas a decisão ocorreu após uma onda crescente de litígios relativos ao talco Johnson & Johnson.

No final de março deste ano, um juiz de falências em Houston rejeitou o pedido da companhia para validar um acordo de US$ 9 bilhões com dezenas de milhares de demandantes. De acordo com documentos judiciais citados pelo The New York Times, mais de 90 mil ações seguem pendentes, volume considerado superior à capacidade de processamento individual dos tribunais.

Para os advogados das autoras, o resultado do caso na Califórnia reforça a responsabilização da multinacional. “O júri reconheceu que havia informações suficientes para prevenir essas doenças”, disse um representante legal de Deborah Schultz.

A Johnson & Johnson pretende manter a estratégia de recorrer das decisões desfavoráveis e, simultaneamente, buscar um acordo global que encerre as disputas sobre o talco.

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