
O governo federal transferiu nesta terça-feira, em leilão nacional, a administração de 13 dos 19 aeroportos de pequeno porte ofertados à iniciativa privada. A GRU Airport, responsável pelo Aeroporto Internacional de São Paulo, arrematou 12 terminais, enquanto a alemã Fraport venceu a disputa pelo aeroporto de Jericoacoara.
As concessões têm prazo de 30 anos e preveem investimentos de R$ 700 milhões em obras de modernização e ampliação. A licitação foi organizada pelo Ministério dos Portos e Aeroportos dentro do Projeto AmpliAr, que pretende impulsionar a aviação regional ao conceder 100 aeroportos menores à gestão privada.
Sem concorrentes, a GRU Airport ficou com os terminais de Lençóis, Paulo Afonso, Barreirinhas, Porto Alegre do Norte, Araripina, Garanhuns, Serra Talhada, São Raimundo Nonato, Canoa Quebrada, Cacoal, Vilhena e Araguaína pelo lance mínimo definido pelo governo. Esses aeroportos atendem cidades com baixa demanda de voos regulares, mas com potencial turístico ou de carga, como é o caso de Lençóis, porta de entrada da Chapada Diamantina, e de Canoa Quebrada, no litoral cearense.
O único terminal que recebeu ofertas concorrentes foi o de Jericoacoara. Nele, Fraport superou propostas da própria GRU Airport e da PRS Aeroportos após elevar o valor de seu lance. A empresa alemã já opera os aeroportos de Fortaleza e Porto Alegre e vê sinergia na gestão de Jericoacoara por sua proximidade com a capital cearense.
Seis aeroportos não atraíram interessados e continuarão sob administração estatal: Tarauacá, Barcelos, Itacoatiara, Parintins, Itaituba e Guanambi. De acordo com o Ministério dos Portos e Aeroportos, eles poderão ser reavaliados em futuros certames ou receber investimentos diretos da União.
A concessão de aeroportos regionais faz parte da estratégia oficial para reduzir o peso de investimentos públicos na infraestrutura e melhorar a conectividade aérea em localidades fora dos grandes centros. O governo calcula que, com o leilão de hoje, 68 aeroportos já estejam operando ou confirmados sob contrato privado, somando-se às concessões realizadas em rodadas anteriores.
Paralelamente ao leilão, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 1 bilhão para apoiar a exportação de aeronaves fabricadas pela Embraer. A companhia projeta entregar de 77 a 85 jatos comerciais em 2025, número superior às 73 unidades previstas para 2024. Considerando também aviação executiva e defesa, a Embraer entregou 206 aeronaves no ano passado, contra 181 no anterior.
Com o resultado do certame e os novos financiamentos à indústria aeronáutica, o governo aposta em ampliar a malha aérea regional, estimular o turismo e fortalecer a cadeia produtiva do setor.

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