O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decola neste domingo, 21 de setembro, às 10h, rumo a Nova York para chefiar a delegação brasileira na 80ª Assembleia Geral da ONU, agendada de 22 a 24 de setembro. Como prevê a tradição iniciada em 1955, o Brasil será o primeiro país a falar no debate geral. O discurso de Lula está marcado para a manhã de terça-feira, 23, logo depois das intervenções do secretário-geral António Guterres e da presidente da sessão, Annalena Baerbock.
A comitiva inclui o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, além de outros ministros e especialistas. Segundo o Itamaraty, a fala de Lula destacará prioridades da política externa brasileira, entre elas a defesa da democracia, o combate às mudanças climáticas e o apoio à solução de dois Estados para o conflito israelo-palestino.
Questão palestina em foco
Na segunda-feira, 22, o presidente participa da segunda sessão da Conferência Internacional de Alto Nível para Resolução Pacífica da Questão Palestina, convocada por França e Arábia Saudita. O governo brasileiro pretende aproveitar o encontro para incentivar novos reconhecimentos da Palestina como Estado. Hoje, 148 países, incluindo o Brasil, já oficializaram esse reconhecimento; França, Reino Unido, Canadá e Portugal sinalizaram interesse em aderir.
Aliança contra extremismo
Na quarta-feira, 24, Lula se reúne com chefes de Estado de cerca de 30 nações na segunda edição do evento “Em Defesa da Democracia e Contra o Extremismo”, iniciativa também liderada pelos presidentes do Chile, Gabriel Boric, e da Espanha, Pedro Sánchez. O objetivo, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores, é fortalecer a cooperação internacional contra a deterioração institucional, a desinformação e o discurso de ódio.
Agenda climática
A crise climática ocupa outro espaço central. Ainda no dia 24, Lula copresidirá, ao lado de António Guterres, reunião dedicada a novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) para redução de emissões. O encontro serve de preparação à COP30, marcada para novembro de 2025 em Belém.
Em paralelo, o Brasil organiza evento para ampliar apoio ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre, desenhado para financiar ações de preservação. A delegação brasileira também deve participar da Semana do Clima de Nova York, que começa em 22 de setembro e reúne cerca de 500 atividades com representantes de governos e sociedade civil.
Com uma agenda intensa distribuída em diplomacia, democracia e clima, a presença de Lula na Assembleia Geral reafirma o papel tradicional do Brasil nos debates da ONU e antecipa temas que deverão ganhar força até a COP30.
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