Lula chama atos contra PEC da Blindagem de espetáculo democrático

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou, nesta segunda-feira (22), as manifestações realizadas no domingo em todo o país contra a chamada PEC da Blindagem e contra a possibilidade de anistia a participantes de atos golpistas. Para ele, os protestos, que ocorreram em 33 cidades, “foram um espetáculo da democracia”.

As mobilizações se concentraram nas capitais brasileiras e reuniram, segundo estimativas de pesquisadores do Monitor do Debate Político no Meio Digital, vinculado à Universidade de São Paulo (USP), cerca de 42,4 mil pessoas na Avenida Paulista, em São Paulo. No Rio de Janeiro, aproximadamente 41,8 mil manifestantes ocuparam a orla de Copacabana, onde artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Djavan e Chico Buarque se apresentaram.

Lula destacou a participação do setor cultural. “Quero saudar todos os artistas que se uniram ontem a dezenas de milhares de pessoas nas ruas de todo o Brasil para defender a justiça e lutar contra a impunidade”, declarou. O presidente afirmou ainda que a união entre população e artistas remete a momentos marcantes da história recente do país.

Ao comparar os atos de domingo a mobilizações pela redemocratização nos anos 1970 e ao movimento Diretas Já, da década de 1980, Lula afirmou que essa presença popular simboliza a força do processo democrático. “Essa é a maior de todas as artes: o espetáculo da democracia”, disse, recordando o papel da sociedade civil nas reivindicações por liberdade e pelo direito de voto direto para presidente.

Os protestos tiveram como foco a PEC da Blindagem, proposta que, segundo opositores, criaria obstáculos à responsabilização de autoridades, e também a tentativa de anistiar investigados por envolvimento em atos antidemocráticos. Faixas, cartazes e discursos pediram a rejeição de ambas as medidas pelo Congresso Nacional.

Além de São Paulo e Rio, capitais como Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre e Brasília relataram adesão significativa. Em todas, a pauta se manteve centrada na defesa do Estado democrático de direito e na exigência de que crimes contra a ordem constitucional sejam julgados.

As manifestações ocorreram de forma pacífica e não houve registro relevante de ocorrências policiais. Organizações de direitos civis que acompanharam os atos consideraram a participação expressiva um indicador da resistência da sociedade a propostas vistas como ameaças à democracia.

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