Lula diz no velório que Mino Carta foi o maior jornalista

Lula expressa homenagem a Mino Carta durante velório, destacando que foi o maior jornalista
Foto: Google Imagem

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva compareceu na manhã desta terça-feira (2) ao Cemitério São Paulo, no bairro de Pinheiros, na capital paulista, para a despedida de Mino Carta, morto durante a madrugada. Após acompanhar o velório, Lula declarou que o país perde “inquestionavelmente o melhor jornalista brasileiro de todo o século XX e do começo do XXI”.

Ao explicar a presença fora da agenda em Brasília, o chefe do Executivo afirmou que Mino Carta foi “um companheiro escolhido” ao longo de cinco décadas. Lula destacou a relação pessoal com o jornalista, iniciada ainda no final dos anos 1970, quando o então líder sindical foi capa da revista IstoÉ sob o título “Lula e os Trabalhadores do Brasil”. Segundo o presidente, aquela edição “ajudou a colocá-lo no cenário nacional da imprensa”.

No pronunciamento, Lula também lembrou a trajetória de Mino Carta como fundador ou cofundador de publicações que marcaram a imprensa brasileira, entre elas as revistas Veja e CartaCapital. “Veja no Brasil se tem alguém que chegue perto do Mino na capacidade de criar veículos”, afirmou.

Entre os colegas de profissão presentes, o jornalista Juca Kfouri destacou o que chama de “indignação permanente” de Mino Carta. Para Kfouri, o ítalo-brasileiro “jamais se omitiu ou se submeteu” e “inventou os próprios empregos” para manter intactos seus princípios editoriais. “Não há como escrever a história da imprensa brasileira sem um capítulo especial dedicado a ele”, pontuou.

Filha do jornalista, Manuela Carta observou que a jornada do pai se mistura à evolução do jornalismo contemporâneo no país. Ela descreveu o editor como “irredutível em suas convicções” e relembrou discussões acaloradas na redação. “Todo mundo achava que aquilo não era uma redação, era uma trattoria napolitana”, contou, em referência ao temperamento forte de Mino.

Manuela acrescentou que o pai não chegou a ver concretizado o Brasil que imaginava. Segundo ela, Mino Carta manteve críticas constantes à elite econômica e, em alguns momentos, também ao próprio Lula, apesar da amizade entre os dois.

O corpo de Mino Carta foi sepultado no final da tarde, em cerimônia restrita à família. Ele tinha 90 anos e deixa quatro filhos. A causa da morte não foi informada.

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