O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira, 3, que está confiante em um novo recuo das tarifas aplicadas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A expectativa surgiu depois de uma conversa telefônica com o presidente norte-americano, Donald Trump, realizada na terça-feira, 2, enquanto Lula visitava a refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca (PE).
No telefonema, o chefe do Executivo brasileiro destacou a importância da retirada, já confirmada, da sobretaxa de 40% que incidia sobre exportações de café, carnes e frutas. Lula solicitou, porém, que Washington acelere as tratativas para suprimir as tarifas de 22% que ainda afetam outros itens enviados pelo Brasil ao mercado norte-americano.
Em entrevista à TV Verdes Mares, o presidente declarou que a população “está perto de ouvir uma notícia boa” sobre o assunto. Ele comentou ainda que percebe diferenças entre a postura pública e a privada do líder norte-americano. “Na televisão, você vê o Trump muito nervoso; na conversa pessoal, ele é outra pessoa”, observou.
Donald Trump, ao ser questionado por repórteres após cerimônia na Casa Branca, descreveu o contato como “boa conversa” e disse apreciar o colega brasileiro. Segundo o republicano, o diálogo centrou-se em comércio e sanções econômicas, mas não detalhou possíveis prazos para novas decisões.
A ligação marcou o terceiro intercâmbio direto entre os dois presidentes desde que Washington instaurou as tarifas adicionais. As medidas, anunciadas originalmente em caráter de defesa comercial, atingem principalmente produtos agrícolas, setor no qual o Brasil busca ampliar participação no mercado norte-americano.
No Congresso, a repercussão foi positiva. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) elogiou o entendimento entre os mandatários, embora tenha reiterado que considera legítimas as sanções impostas pelos Estados Unidos. Para o parlamentar, o avanço nas negociações também pode abrir espaço para maior colaboração bilateral no combate ao crime organizado.
A revogação das tarifas é vista pelo governo brasileiro como fator essencial para recuperar competitividade de exportações e fortalecer o fluxo comercial entre os dois países. Dados do Ministério das Relações Exteriores indicam que, mesmo com as restrições, os Estados Unidos permaneceram em 2024 como segundo principal destino das vendas externas do Brasil.
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