Lula rebate Trump no New York Times e defende soberania do Brasil

Lula rebate Trump no New York Times reforçando a soberania do Brasil em uma entrevista, com destaque para a defesa do país perante pressões internacionais.
Foto: Ilustrativa / editada

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou, neste domingo (14), um artigo no jornal norte-americano The New York Times para contestar o aumento de tarifas aplicado pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. No texto, intitulado “Democracia e Soberania Brasileiras São Inegociáveis”, o chefe do Executivo afirma que a medida anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump é de natureza política e fere princípios de cooperação entre os dois países.

Lula destacou que, ao longo dos últimos 15 anos, os Estados Unidos obtiveram superávit de US$ 410 bilhões na balança comercial bilateral. Segundo ele, cerca de 75% das exportações norte-americanas ao mercado brasileiro entram isentas de impostos, o que, em sua avaliação, contradiz a alegação de práticas desleais por parte do Brasil.

Ao defender o multilateralismo como caminho para resolver disputas, o presidente afirmou: “A soberania brasileira e a democracia são inegociáveis”. Para Lula, a iniciativa de elevar tarifas ignora dados concretos e ameaça “o ambiente de previsibilidade necessário ao comércio internacional”.

No mesmo artigo, o presidente contestou declarações de Trump sobre suposta perseguição judicial ao ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. Lula reforçou a independência do Judiciário brasileiro e disse que comentários externos não interferirão em processos legais conduzidos no país.

O texto também critica propostas de regulamentação das chamadas big techs, empresas de tecnologia dos Estados Unidos, classificadas por Lula como tentativas de limitar a autonomia de outros países em definir regras para a economia digital. Ele citou o sistema de pagamentos instantâneos PIX como exemplo de inovação que ampliou a inclusão financeira e impulsionou a atividade econômica interna.

A proteção da Amazônia recebeu espaço no artigo. Lula lembrou que a taxa de desmatamento caiu pela metade nos últimos dois anos e que operações policiais apreenderam milhões de dólares destinados a atividades criminosas contra a floresta na temporada passada.

Por fim, o presidente reiterou disposição para negociar a questão tarifária com Washington. Ele ressaltou que Brasil e Estados Unidos mantêm relações diplomáticas há mais de 200 anos e que divergências ideológicas não devem impedir a cooperação em comércio, desenvolvimento sustentável e tecnologia. “Estamos prontos para dialogar, mas a soberania e a democracia brasileiras não estão em jogo”, escreveu.

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