Lula critica robotização e defende que empresas reduzam jornada semanal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (16) que a iniciativa de propor a redução da jornada de trabalho deveria partir do setor empresarial, diante do avanço da automação nas linhas de produção. A declaração foi feita durante reunião ministerial na Granja do Torto, em Brasília.

Lula relacionou o crescimento da robotização ao aumento do desemprego e da vulnerabilidade social. Ele citou o exemplo de montadoras que, na década de 1980, empregavam cerca de 40 mil pessoas para fabricar 1.200 veículos por ano; hoje, segundo o presidente, essas mesmas empresas operam com 12 mil trabalhadores e entregam o dobro de automóveis. “Quem ganhou? Não foram os trabalhadores”, disse.

Para o presidente, o cenário atual exige que o governo adote uma postura “mais profissional e pragmática”. Segundo ele, o pleito eleitoral do próximo ano será travado contra adversários que, na sua avaliação, “não têm o mesmo perfil de compromisso com a sociedade”. Lula afirmou que, caso tais concorrentes vençam, “o povo vai voltar a ser invisível, porque essa gente não enxerga o povo”.

Durante o encontro, o chefe do Executivo destacou que ainda não discutiu questões eleitorais com a equipe e que valoriza relações de confiança na escolha de seus auxiliares. “Quando trago alguém para ser meu parceiro, estabeleço relação de confiança”, afirmou.

Ao defender a redução da jornada, Lula argumentou que o debate deveria refletir a transformação tecnológica e garantir distribuição mais equilibrada dos ganhos de produtividade. Para ele, caberia ao empresariado apresentar propostas que conciliem eficiência industrial e preservação de empregos, de modo a mitigar os efeitos sociais da automação.

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