
Quando pessoas ou corporações deixam de honrar dívidas, a legislação de cada país oferece mecanismos de proteção. Nos Estados Unidos, a alternativa mais utilizada é o Capítulo 11 da Lei de Falências, instrumento que permite a reorganização financeira da companhia para que ela siga operando enquanto negocia com credores.
Um levantamento recente reuniu as maiores falências já registradas, considerando valores em dólares americanos. A lista destaca sobretudo grupos sediados nos EUA, onde a dinâmica judicial facilita o pedido de proteção contra credores e a continuidade das atividades durante o processo.
Ao optar pelo Capítulo 11, a empresa apresenta ao tribunal um plano de reestruturação que envolve venda de ativos, corte de custos e, em alguns casos, entrada de novos investidores. Enquanto o plano é avaliado, a companhia recebe uma suspensão temporária de cobranças e execuções judiciais, o que lhe dá fôlego para reorganizar o fluxo de caixa.
Apesar de ser conhecido como um “recomeço”, o pedido de falência carrega efeitos significativos. A reputação da marca é afetada, o acesso a linhas de crédito fica restrito e os acionistas podem ver seu patrimônio diluído durante o processo de liquidação ou renegociação de dívidas.
O panorama histórico mostra que, nas últimas décadas, conglomerados de setores como energia, telecomunicações e serviços financeiros protagonizaram algumas das maiores falências do planeta. Os valores envolvidos ultrapassam centenas de bilhões de dólares, evidenciando o impacto econômico e social desses colapsos.
Embora a maior parte dos casos esteja concentrada nos EUA, mecanismos semelhantes existem em outros países, com regras próprias para proteção de credores e tentativa de preservação de empregos. Ainda assim, o uso do Capítulo 11 se consolidou como referência mundial, sobretudo pela transparência das decisões judiciais e pela dimensão das cifras envolvidas.
Esses registros das maiores falências funcionam como termômetro dos ciclos econômicos, sinalizando momentos de crise setorial, mudanças regulatórias e erros de gestão que levaram grandes organizações à insolvência.
Maiores falências da história
1. Lehman Brothers (EUA – 2008)
💰 US$ 691 bilhões em ativos
📉 Setor: Banco de investimento
🔎 Motivo: Crise financeira global e colapso do mercado imobiliário
➡️ Maior falência da história mundial
2. Washington Mutual (EUA – 2008)
💰 US$ 327 bilhões
📉 Setor: Banco
🔎 Crise do subprime e má gestão de riscos
3. WorldCom (EUA – 2002)
💰 US$ 103 bilhões
📉 Setor: Telecomunicações
🔎 Fraude contábil bilionária
➡️ Um dos maiores escândalos corporativos já registrados
4. General Motors – GM (EUA – 2009)
💰 US$ 82 bilhões
📉 Setor: Automotivo
🔎 Crise econômica global e queda nas vendas
➡️ Foi resgatada pelo governo americano
5. Enron (EUA – 2001)
💰 US$ 63 bilhões
📉 Setor: Energia
🔎 Fraude contábil e manipulação de balanços
➡️ Caso clássico estudado até hoje em administração e ética
6. Lehman Europe / Dexia (Europa – 2008–2011)
💰 + US$ 50 bilhões
📉 Setor: Bancário
🔎 Crise da dívida europeia
7. Chrysler (EUA – 2009)
💰 US$ 39 bilhões
📉 Setor: Automotivo
➡️ Também foi resgatada pelo governo dos EUA
8. MF Global (EUA – 2011)
💰 US$ 41 bilhões
📉 Setor: Serviços financeiros
🔎 Apostas arriscadas em títulos europeus
9. Pacific Gas & Electric – PG&E (EUA – 2019)
💰 US$ 71 bilhões
📉 Setor: Energia
🔎 Processos bilionários ligados a incêndios florestais na Califórnia
10. FTX (Bahamas/EUA – 2022)
💰 US$ 32 bilhões (avaliação antes da queda)
📉 Setor: Criptomoedas
🔎 Fraude, má gestão e uso indevido de fundos de clientes
➡️ Um dos maiores colapsos da era cripto

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