
A Polícia Federal cumpriu, na noite de quarta-feira, 20 de agosto, mandado de busca e apreensão contra o pastor Silas Malafaia, determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A operação ocorreu no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, onde o líder religioso teve o telefone celular recolhido.
No despacho, Moraes acatou parecer da Procuradoria-Geral da República que aponta Malafaia como possível “orientador” das ações de coação atribuídas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Como medidas cautelares, o ministro proibiu o pastor de deixar o país, determinou o cancelamento de seus passaportes e vetou qualquer contato com outros investigados nas apurações sobre tentativa de golpe de Estado.
Em rápida entrevista após a operação, Malafaia negou participação em suposta articulação política. “Eu sou um líder religioso. Não sou bandido nem moleque”, declarou. Ele também questionou a tese de que teria influenciado o ex-chefe do Executivo ou o parlamentar: “Quem sou eu para orientar o Eduardo Bolsonaro?”.
O pastor classificou a decisão do magistrado como cerceamento da liberdade de expressão. “Onde é que você é proibido de conversar com alguém? Que país é esse? Que democracia é essa?”, afirmou. Malafaia relatou que até cadernos pessoais com anotações de sermões bíblicos foram apreendidos. “Isso é uma vergonha”, disse.
Durante o pronunciamento, o religioso anunciou que pretende convocar manifestações para 7 de setembro em protesto contra as determinações do ministro. “Alexandre de Moraes tem que sofrer impeachment, ser julgado e preso”, completou.
Até o momento, a defesa de Silas Malafaia não apresentou recurso contra as medidas impostas pelo STF. O processo tramita em sigilo.
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