Marcha Mundial pelo Clima mobiliza Belém durante COP30 neste sábado

Movimentos sociais, coletivos populares e representantes de comunidades tradicionais planejam levar milhares de participantes às ruas de Belém (PA) neste sábado, 15 de novembro, na Marcha Mundial pelo Clima. A ação acontece paralelamente à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) e à programação da Cúpula dos Povos, instalada no campus da Universidade Federal do Pará.

A concentração está marcada para o Mercado São Brás. De lá, o cortejo seguirá até a Aldeia Amazônica, reunindo lideranças indígenas, moradores de áreas periféricas, integrantes de organizações internacionais e representantes do poder público e da iniciativa privada. Oficinas de cartazes, estandartes, bonecos infláveis com personagens do Comitê COP30 e o tradicional Cortejo Visagento — que exibe figuras folclóricas como o Curupira — fazem parte do percurso.

Neste ano, o lema da passeata é “Lutar e Resistir contra os Predadores da Vida Disfarçados de Progresso”, em alusão aos impactos socioambientais provocados pelas mudanças do clima. Ao final do ato, a coordenação da Cúpula dos Povos divulgará uma carta com reivindicações como demarcação de territórios tradicionais, financiamento para transição justa rumo a uma economia de baixo carbono e políticas de adaptação que reduzam emissões de gases de efeito estufa.

A mobilização popular marca a retomada da participação da sociedade civil em uma conferência climática sediada em regime democrático, após edições realizadas em países com restrições políticas. Durante a semana, Belém já recebeu protestos de extrativistas, que pediram reconhecimento pelo papel na proteção da floresta, e de indígenas Munduruku, que conseguiram audiência com autoridades brasileiras para denunciar pressões de garimpo e agronegócio no Tapajós.

Segundo a organização, delegações de todos os continentes devem integrar a marcha. “É um momento de apresentar demandas populares a quem decide a agenda global”, afirmou Carol Santos, da diretoria do Engajamundo, uma das entidades da Aliança dos Povos pelo Clima. Para Anais Cordeiro, do Comitê Chico Mendes, a presença maciça de povos indígenas e comunidades periféricas “é fundamental para influenciar as negociações oficiais”.

Além das mobilizações de rua, a Cúpula dos Povos promove debates, oficinas e atividades culturais até domingo, 16. O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, é esperado na sessão de encerramento, quando receberá formalmente as demandas compiladas pelos movimentos. Um dos documentos já finalizados, intitulado “Nossa Chance para Adiar o Fim do Mundo”, reúne mais de 30 propostas elaboradas por cerca de cem organizações.

A Marcha Mundial pelo Clima busca somar pressão social às negociações diplomáticas que ocorrem na Zona Azul, área oficial da conferência. Lideranças envolvidas na organização destacam que o engajamento público pode contribuir para compromissos mais ambiciosos de redução de emissões e para assegurar recursos voltados a projetos de mitigação e adaptação climática na Amazônia e em outras regiões vulneráveis.

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