
A Polícia Civil de São Paulo cumpriu, nesta semana, uma megaoperação contra um grupo ligado ao tráfico de drogas que mantinha base na capital paulista e ligação direta com fornecedores na Bahia. A ação resultou em 46 prisões em diferentes estados, sendo dez delas efetuadas por equipes paulistas, além do bloqueio judicial de R$ 100 milhões em bens e contas bancárias dos investigados.
De acordo com a Polícia Civil baiana, responsável pelas investigações, a organização criminosa estruturava o fluxo financeiro do tráfico por meio de empresas de fachada e comerciantes usados como laranjas, possibilitando a movimentação de grandes quantias sem levantar suspeitas. “O núcleo paulista cuidava da distribuição e da logística de viagens ao exterior”, informou a corporação.
Na cidade de São Paulo, mandados foram executados em três pontos. Na Vila Antônio, zona leste, dois suspeitos foram detidos e tiveram celulares e um notebook apreendidos. Em Parelheiros, zona sul, um veículo com sinais identificadores adulterados foi encontrado; o motorista foi preso em flagrante e dois automóveis ficaram retidos para perícia.
Outra etapa ocorreu em um hotel na Barra Funda, onde um dos alvos foi localizado. Durante a abordagem, outras cinco pessoas foram surpreendidas com malas de fundo falso contendo cerca de 9,8 quilos de cocaína, além de cartões bancários, relógios, balança de precisão e material para embalo da droga. Segundo um investigador, “a apreensão demonstra o nível de organização e a divisão de tarefas dentro do esquema”.
No interior paulista, agentes chegaram a um apartamento em Sumaré associado ao grupo. No local, foram recolhidos um notebook, um caderno com anotações, um capacete e uma motocicleta usada na distribuição de entorpecentes.
A operação também resultou na apreensão de eletrônicos, documentos contábeis e veículos de alto padrão em outros estados. Todas as provas serão encaminhadas ao Ministério Público, que deverá oferecer denúncia pelos crimes de associação para o tráfico, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Os suspeitos permanecem à disposição da Justiça. A investigação segue aberta para identificar eventuais financiadores e novas rotas de transporte de drogas.

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