
A menopausa, definida pela ausência de menstruação por 12 meses consecutivos sem outra causa clínica, costuma ocorrer entre 45 e 55 anos. Nesse intervalo, a queda definitiva da produção de estrogênio e progesterona provoca mudanças que afetam diversos sistemas do organismo, indo muito além das conhecidas ondas de calor.
Riscos ampliados na pós-menopausa
Com o aumento da expectativa de vida, muitas mulheres passam décadas em pós-menopausa. A redução hormonal acelera a perda de massa óssea, favorecendo osteopenia e osteoporose, e altera o perfil lipídico, elevando o risco de hipertensão, infarto e outras doenças cardiovasculares. Alterações urogenitais, ganho de peso abdominal, ressecamento de pele e cabelos, além de possíveis impactos na memória e no humor, completam o quadro.
Avaliação clínica e estilo de vida
Especialistas recomendam acompanhamento regular para monitorar pressão arterial, exames metabólicos, densitometria óssea e rastreamento ginecológico. Ajustes no estilo de vida são considerados a primeira linha de intervenção: alimentação balanceada, prática rotineira de atividade física, manutenção de peso adequado, sono de qualidade e abandono do tabagismo contribuem para minimizar sintomas e prevenir complicações.
Terapia hormonal individualizada
Quando as queixas são intensas ou os exames indicam maior risco ósseo ou cardiovascular, a Terapia de Reposição Hormonal (TRH) pode ser indicada. A médica geriatra Julianne Pessequillo ressalta que “a prescrição deve avaliar histórico familiar, fatores de risco e preferências da paciente, com revisão periódica”. A decisão é individual e requer monitoramento constante para ajustar doses e duração.
Importância do suporte informado
Dados recentes apontam que muitas mulheres não procuram atendimento especializado, mesmo com sintomas relevantes, por considerarem a menopausa “algo natural a ser suportado”. Para a especialista, “informação de qualidade e acolhimento reduzem a ansiedade e permitem escolhas terapêuticas mais seguras”. Enfrentar estigmas ligados ao envelhecimento feminino também é parte do cuidado, pois interfere na autoestima e na disposição para buscar ajuda.
Cuidados integrados garantem qualidade de vida
Profissionais de saúde recomendam abordagem multidisciplinar que inclua exercício supervisionado de fortalecimento ósseo, orientação nutricional rica em cálcio e vitamina D, acompanhamento psicológico quando necessário e avaliação sexual para manejo de secura vaginal ou diminuição da libido. Estratégias como mindfulness, fisioterapia pélvica e psicoterapia oferecem suporte adicional para bem-estar emocional e funcional.
Ao reconhecer a menopausa como uma fase que requer vigilância ampliada sobre ossos, coração e mente, mulheres e equipes médicas podem implementar intervenções precoces, garantindo autonomia e qualidade de vida durante todo o período pós-reprodutivo.

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