
O ex-presidente Jair Bolsonaro, preso preventivamente desde sábado (22), recebeu na tarde deste domingo (23) a visita da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. A entrada foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, responsável pelo inquérito que resultou na detenção. Câmeras de televisão registraram o momento em que Bolsonaro acompanhou a esposa até a saída do prédio onde permanece sob custódia.
Horas antes do encontro, Michelle publicou mensagem em rede social pedindo orações e reiterando confiança na resolução do caso: “Deus não perdeu o controle de nada. Ele reina”, escreveu. A ex-primeira-dama estava no Ceará, em evento do Partido Liberal (PL), quando soube da prisão preventiva e retornou imediatamente à capital federal, suspendendo a agenda no estado.
Nas postagens, ela relatou preocupação com a filha caçula, Laura, e afirmou ter solicitado ao marido que “não desista” da família. Michelle também criticou Moraes, dizendo que o ministro “age com simbologia” ao decretar a prisão no dia 22, número associado ao PL, legenda que recebeu multa de R$ 22,9 milhões por litigância de má-fé após contestar o resultado do segundo turno presidencial de 2022.
Motivos da prisão preventiva
Bolsonaro foi detido por determinação de Moraes em razão de suposto risco de fuga. Na decisão, o ministro mencionou a tentativa do ex-presidente de romper a tornozeleira eletrônica na sexta-feira (21) e a vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro diante da residência onde o pai cumpria prisão domiciliar, fatores que, segundo o magistrado, poderiam facilitar evasão.
Relatório da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal apontou que o ex-mandatário utilizou uma ferramenta de solda para danificar o dispositivo de monitoramento, gerando alerta ao sistema de rastreamento. A defesa alega que Bolsonaro apresentou quadro de confusão mental provocado por interação medicamentosa e colaborou com a troca da tornozeleira, negando intenção de escapar.
Condenação e próximos passos
Além da prisão preventiva, Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de reclusão por participação na chamada “trama golpista”. Na semana passada, a Primeira Turma do STF rejeitou embargos de declaração apresentados pelo ex-presidente e outros seis réus. Com a decisão, a execução das penas em regime fechado pode ser iniciada nas próximas semanas.
O caso mantém o ex-chefe do Executivo no centro do noticiário político e reforça o interesse em buscas pela expressão “Bolsonaro preso”, termo que domina as consultas na internet desde a ordem de detenção emitida pelo Supremo.
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