
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a quebra de sigilo bancário, fiscal e telemático dos deputados federais Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Carlos Jordy (PL-RJ), além de seus assessores. O período abrangido pela decisão vai de 2 de maio de 2018 a 6 de dezembro de 2024.
Operação Galho Fraco
A medida faz parte da Operação Galho Fraco, que investiga um suposto esquema de desvio de recursos de verbas de gabinete por meio de empresas de fachada, incluindo uma locadora de veículos. Na decisão, Dino destacou que a suspensão do sigilo é “imprescindível” para rastrear o fluxo financeiro relacionado às investigações.
Movimentações Suspeitas
A investigação revelou movimentações financeiras significativas por parte de assessores parlamentares, cujos valores são incompatíveis com os salários recebidos. Segundo a Polícia Federal (PF), os deputados Sóstenes e Jordy seriam os principais beneficiários desse esquema.
Um exemplo notável é o caso de Itamar Santana, assessor de Jordy, que apresentou uma movimentação total de R$ 5.907.578,17 em créditos e R$ 5.901.138,68 em débitos, com uma parte considerável sem identificação de origem ou destino. Além disso, R$ 640.020,00 foram enviados a beneficiários não identificados, registrados sob a rubrica “NOME NÃO IDENTIFICADO”.
Reações dos Deputados
Em resposta à operação, Carlos Jordy negou qualquer irregularidade. Ele declarou que as buscas realizadas em endereços ligados a ele e a Sóstenes Cavalcante foram autorizadas pelo ministro Flávio Dino e fazem parte de investigações sobre supostas irregularidades no aluguel de veículos do seu gabinete.
Jordy questionou a lógica da operação, afirmando que a empresa contratada, da qual é cliente desde 2019, possui apenas cinco veículos e que, se o contrato existe há anos, não há justificativa para novas ações. Ele ressaltou que a função do parlamentar não é fiscalizar a frota de veículos, mas sim contratar serviços de forma eficiente e econômica.
O deputado também expressou preocupação com o uso da Polícia Federal para intimidar parlamentares da oposição, afirmando que ações dessa natureza devem ser baseadas em indícios concretos de crimes graves e conduzidas por autoridades imparciais.
Coletiva de Imprensa
Sóstenes Cavalcante anunciou que se pronunciará sobre a operação da PF em uma coletiva de imprensa marcada para às 12h, no Salão Verde da Câmara dos Deputados.
Contexto da Investigação
A Operação Galho Fraco é parte de um esforço mais amplo para investigar irregularidades no uso de cotas parlamentares. A PF busca esclarecer a destinação de recursos públicos e garantir a transparência nas atividades dos parlamentares.
A investigação ocorre em um momento em que os deputados estão envolvidos em discussões sobre a fiscalização de verbas públicas, especialmente em relação a denúncias de corrupção e desvio de recursos.
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