Mitar Tarabich: o vidente sérvio que previu guerras e pandemias

Imagem histórica de Mitar Tarabich, o vidente sérvio que previa guerras e pandemias, com seu acompanhamento de duas figuras antigas, revelando seu papel como um vidente renomado.
Imagem: Ilustrativa

Mitar Tarabich (1829-1899), um camponês de Kremna, no interior da atual Sérvia, ganhou fama entre estudiosos de profecias por alegar ter visões detalhadas sobre acontecimentos futuros. Sem educação formal, ele contou com o afilhado e padre ortodoxo Zaharije Zaharich, que registrou suas previsões em um caderno conservado pela família.

O manuscrito quase se perdeu em 1943, quando tropas búlgaras ocuparam a região e um incêndio destruiu parte do material. Mesmo parcialmente queimado, o documento foi recuperado e voltou às mãos dos herdeiros de Zaharich, preservando o conteúdo que transformou Tarabich em um vidente sérvio cultuado por curiosos e pesquisadores.

Entre as profecias de Tarabich, constam episódios já verificados pela historiografia. Ele descreveu o assassinato do rei Alexandre Obrenović e da rainha Draga, ocorrido em 1903, seguido da ascensão da dinastia Karađorđević, exatamente como se confirmou. Também falou sobre a Primeira Guerra Mundial, citando um exército “três vezes maior” que invadiria a Sérvia pelo norte. A previsão coincide com a ofensiva austro-húngara de 1914 e, mais tarde, a entrada de tropas alemãs em 1915.

O texto menciona ainda uma “doença estranha que cobrirá o mundo” para a qual “os sábios não encontrarão cura”. Para alguns intérpretes, a descrição remete à pandemia de COVID-19; outros veem referência a males sociais mais amplos. O sacerdote que anotou as falas do camponês registrou: “Todos se julgarão inteligentes, mas não acharão resposta”.

Tarabich teria detalhado um conflito futuro com armamentos que não matariam, mas colocariam combatentes em sono profundo. Pesquisadores contemporâneos associam a ideia a possíveis armas químicas, biológicas ou radiações incapacitantes, tecnologias inexistentes no século XIX.

Apesar da popularidade de nomes como Nostradamus e Baba Vanga, o vidente sérvio Mitar Tarabich permaneceu fora do debate internacional durante décadas. A redescoberta de seu caderno reacendeu o interesse em suas visões, especialmente em períodos marcados por crises políticas, epidemias e ameaças de conflito.

Não existe consenso acadêmico sobre a autenticidade ou precisão das previsões. Historiadores lembram que o conteúdo original passou por danificações e pode ter sofrido interferências posteriores. Ainda assim, o material continua a circular entre adeptos, que aguardam o possível cumprimento das últimas anotações atribuídas ao camponês.

Para estudiosos sérvios, o fascínio em torno de Tarabich reflete a busca humana por explicações diante da incerteza. “Ele falou ao imaginário popular de um povo que viveu guerras sucessivas”, observa o historiador Milan Stevanović. Enquanto não surgem novas evidências, suas supostas visões permanecem como curiosidade histórica e objeto de debate sobre a fronteira entre mito e realidade.

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