Morre o cantor e compositor goiano Lindomar Castilho

O cantor e compositor goiano Lindomar Castilho morreu neste sábado, 20 de dezembro de 2025, aos 85 anos. A informação foi divulgada pela filha, Lili De Grammont, nas redes sociais. A causa da morte não foi detalhada.

Castilho marcou a música brasileira nas décadas de 1960 e 1970 com sua voz forte, arranjos de bolero e letras de amores conturbados. Abandonou o curso de Direito para se dedicar integralmente à carreira artística, chegando a lançar discos simultaneamente no Brasil e nos Estados Unidos. Entre seus principais sucessos estão “Eu Vou Rifar Meu Coração”, “Chamarada” e “Nós Somos Dois Sem Vergonhas”. A canção “Você É Doida Demais”, tema da série televisiva “Os Normais” nos anos 2000, apresentou o artista a novos públicos.

A trajetória de sucesso sofreu ruptura na madrugada de 30 de março de 1981. Inconformado com a separação, o cantor invadiu o Café Belle Époque, em São Paulo, onde a ex-esposa, a também cantora Eliane de Grammont, se apresentava, e disparou contra o palco. Eliane, então com 26 anos, foi atingida no peito e morreu no local. O violonista Carlos Randall, primo de Castilho que acompanhava o show, também ficou ferido.

O julgamento tornou-se um símbolo de debates sobre violência de gênero no país. A defesa tentou aplicar a tese de “legítima defesa da honra”, recurso posteriormente considerado inconstitucional. Castilho acabou condenado a 12 anos de prisão por homicídio. Durante o período em regime fechado gravou o álbum “Muralhas da Solidão” e, no fim da década de 1980, obteve liberdade condicional, deixando definitivamente o sistema prisional nos anos 1990.

Em 2000, impulsionado pelo sucesso de “Você É Doida Demais”, lançou “Lindomar Castilho Ao Vivo” e ensaiou retorno aos palcos. Apesar de uma base fiel de admiradores, o estigma do feminicídio impediu a retomada plena da carreira. Nos últimos anos, vivia de forma reservada e raramente concedia entrevistas.

Com a morte de Lindomar Castilho chega ao fim a história de um artista que ocupou simultaneamente o topo das paradas de bolero e as páginas policiais, deixando um legado musical marcado por grandes vendagens, mas também pelo crime que interrompeu a vida de Eliane de Grammont e repercutiu no debate sobre violência contra a mulher no Brasil.

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