
O escritor e cronista Luis Fernando Verissimo morreu na madrugada deste sábado (30), em Porto Alegre, aos 88 anos, em decorrência de complicações de uma pneumonia grave. Reconhecido como um dos principais nomes da literatura brasileira contemporânea, Verissimo deixou uma vasta produção de crônicas, contos, romances e personagens marcantes, como o Analista de Bagé, Ed Mort e as tiras As Cobras.
A notícia da morte do autor mobilizou figuras do meio artístico, literário e político em todo o país. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou, em publicação nas redes sociais, a relevância do escritor para a defesa da democracia e o impacto de sua obra popular: “Criou personagens inesquecíveis e, como poucos, usou a ironia para denunciar a ditadura e o autoritarismo”, escreveu Lula, ao enviar condolências à viúva, Lúcia Verissimo, e à família.
No campo literário, o autor de Torto Arado, Itamar Vieira Júnior, despediu-se com a mensagem “Uma lágrima e muitas salvas, Mestre Luis Fernando Verissimo!”. O dramaturgo e novelista Walcyr Carrasco também ressaltou a importância do escritor: “Perdemos um dos grandes da nossa literatura. Verissimo foi o cronista da vida simples, das emoções humanas mais verdadeiras, do cotidiano que só ele sabia transformar em obra”.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, decretou três dias de luto oficial. Segundo ele, o estado e o país perderam um autor que “marcou gerações de leitores com sacadas inteligentes e humor peculiar para falar dos desafios brasileiros”.
Entre os artistas visuais, o cartunista Angeli manifestou apoio à família, enquanto a escritora Martha Medeiros lamentou “o reverso do humor” que marcou o sábado, lembrando personagens criados por Verissimo. Já o senador Paulo Paim (PT-RS) recordou o apreço do escritor pelo jazz, pelo saxofone e pelo Internacional de Porto Alegre.
A despedida de Luis Fernando Verissimo acontece na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, na capital gaúcha, onde o corpo será velado. Reconhecido pelo estilo leve e pelas crônicas bem-humoradas, o autor deixa um legado que atravessa gerações e permanece referência na literatura de língua portuguesa.
Seu falecimento encerra uma trajetória que combinou crítica social, defesa da liberdade de expressão e um olhar irônico sobre a vida privada brasileira, garantido ao escritor lugar de destaque no cenário cultural do país.
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