
O avanço das mudanças climáticas tem alterado de forma significativa a produção agrícola em todo o mundo. Padrões de tempo mais extremos, como secas prolongadas e chuvas intensas, dificultam o cultivo e favorecem a proliferação de pragas e doenças que prosperam em ambientes aquecidos e úmidos. Diante desse cenário, agricultores de diferentes regiões recorrem cada vez mais ao uso de pesticidas para proteger as lavouras e assegurar a oferta de alimentos.
A dependência cresce especialmente em países com alta densidade populacional, áreas de solo fértil limitado ou forte demanda interna, onde a prioridade é obter o máximo rendimento possível por hectare. Esses fatores estão presentes tanto em nações asiáticas de grande porte quanto em pequenos Estados insulares, pressionados a entregar colheitas abundantes e visualmente uniformes.
Além de garantir produtividade, o emprego intensivo de defensivos atende exigências de aparência imposta por cadeias de distribuição e consumidores. No entanto, especialistas alertam para o custo dessa estratégia. Estudos apontam que resíduos químicos podem comprometer a saúde de trabalhadores rurais e comunidades vizinhas, além de gerar impactos de longo prazo em solos, cursos d’água e ecossistemas.
“Quando o clima se torna imprevisível, o produtor busca qualquer ferramenta disponível para não perder a safra”, observa um engenheiro agrônomo ouvido pela reportagem. Ele ressalta que, embora eficazes a curto prazo, as substâncias exigem manejo correto e fiscalização constante.
Organizações ambientais também chamam atenção para a necessidade de métodos alternativos de controle de pragas, como o manejo integrado, rotação de culturas e desenvolvimento de variedades resistentes. Segundo essas entidades, medidas de adaptação ao aquecimento global podem reduzir o volume de pesticidas sem comprometer a segurança alimentar.
Enquanto essas soluções não se consolidam, países que enfrentam pressões climáticas e econômicas permanecem entre os maiores consumidores de pesticidas, panorama que deve continuar em destaque nos debates sobre sustentabilidade agrícola.

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