
A inclusão de treinos de musculação na rotina de quem pratica corrida de rua tem se firmado como estratégia essencial para evitar lesões e manter o desempenho por mais tempo. Especialistas em medicina do esporte apontam o fortalecimento muscular como um dos pilares que sustentam uma prática segura e duradoura, sobretudo em um momento em que a modalidade cresce no país. Em 2024, foram registrados cerca de 2,8 mil eventos de corrida no Brasil, alta de 29% em relação ao ano anterior.
A corrida é caracterizada por movimentos cíclicos e repetitivos que submetem músculos, tendões e articulações a milhares de impactos. Quando essas estruturas carecem de força e estabilidade, o risco de inflamações, tendinites e até fraturas por estresse aumenta consideravelmente. Programas regulares de treino de força reforçam o quadril, os joelhos e os tornozelos, responsáveis por amortecer a passada e manter o alinhamento corporal.
Por que a musculação diminui a incidência de lesões
Estudos citados por médicos do esporte indicam que corridas acompanhadas de sessões de musculação melhoram a estabilidade articular e reduzem a sobrecarga em regiões críticas. “O fortalecimento específico do quadril e da panturrilha distribui o impacto e preserva tendões como o de Aquiles”, afirma o médico do esporte Rafael Rivas Pasco.
Além de prevenir problemas, a musculação aumenta a eficiência biomecânica. Com o centro do corpo fortalecido, o corredor mantém a postura correta com menor gasto de energia, melhora a qualidade da pisada e sustenta ritmos mais altos por períodos prolongados.
Áreas que exigem atenção no treino de força
- Joelho: foco em quadríceps, isquiotibiais e glúteos para reduzir instabilidade e dor patelar.
- Panturrilha: considerada “segundo coração” do corredor, absorve impacto e protege o tendão de Aquiles.
- Tornozelo: exercícios de equilíbrio e mobilidade diminuem entorses e otimizam a propulsão.
- Quadril: glúteo médio e máximo alinham joelho e pelve, minimizando sobrecargas na cadeia inferior.
A recomendação geral é dedicar duas a três sessões semanais ao fortalecimento. Para atletas que aumentam o volume de quilometragem ou se preparam para provas longas, a frequência pode ser ajustada de acordo com orientação profissional.
Segundo Rivas Pasco, “musculação não concorre com o treino de corrida; ela garante que o corredor permaneça saudável e alcance melhor performance ao longo dos anos”. A adoção dessa prática, portanto, torna-se fundamental para quem deseja longevidade esportiva sem interrupções por lesões.
Fortalecer o corpo fora do asfalto tem se mostrado a chave para que o crescente número de brasileiros que adotou a corrida como estilo de vida continue acumulando quilômetros de forma segura, eficiente e duradoura.

Faça um comentário