Pacote Azul da COP30 aposta nos oceanos para cortar 35% CO₂

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) apresentou nesta terça-feira (18) o Pacote Azul, um roteiro que pretende acelerar soluções climáticas baseadas nos oceanos. Elaborado por especialistas brasileiros, atores não estatais e pela presidência da conferência, o plano projeta redução de até 35% das emissões globais de CO₂ até 2050, contribuição considerada decisiva para manter o aquecimento limitado a 1,5 °C.

Ao anunciar a iniciativa, a enviada especial para Oceanos, Marinez Scherer, afirmou que o documento evidencia o “papel central do oceano” na regulação do clima. O Pacote Azul reúne cerca de 70 propostas que abrangem energia renovável marinha, descarbonização do transporte marítimo, aquicultura sustentável, conservação de ecossistemas costeiros, turismo de baixo carbono, empreendedorismo e inovação.

O objetivo é criar uma estrutura capaz de destravar financiamento, atrair capital privado e oferecer carteiras confiáveis para avaliação de riscos oceânicos. De acordo com os organizadores, serão necessários entre US$ 130 bilhões e US$ 170 bilhões para implementar as ações previstas. Essas estimativas servem de referência para ministérios da Fazenda, bancos de desenvolvimento e investidores definirem a escala dos recursos.

Para que o capital chegue aos projetos, o plano prevê “regulamentações adequadas, instrumentos de redução de risco e modelos de financiamento misto”, destacou Scherer. As medidas contemplam tanto mitigação quanto adaptação, proteção da biodiversidade, segurança alimentar e aumento da resiliência das comunidades costeiras.

Como mecanismo de acompanhamento, foi lançado o Ocean Breakthroughs Dashboard, plataforma que entrou no ar ontem (17) e fornecerá dados sobre o progresso de cada solução. Segundo a equipe responsável, a ferramenta representa “um novo contrato social” para a proteção dos oceanos e aproximará compromissos nacionais de metas globais.

Até o momento, 17 países se comprometeram a incluir o oceano em seus planos climáticos atualizados. Além de Brasil e França, já integram o grupo Austrália, Bélgica, Camboja, Canadá, Chile, Fiji, Indonésia, Quênia, Madagascar, México, Palau, Portugal, República das Seychelles, Singapura e Reino Unido.

“Queremos restaurar e proteger zonas costeiras e garantir que o oceano continue atuando como regulador climático do planeta”, afirmou a enviada especial. Ela acrescentou que a consolidação do Pacote Azul na declaração final da COP30 será essencial para alinhar metas internacionais e fluxos de financiamento.

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