
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que a crise climática já se traduz em uma crise de saúde pública, responsável pelo avanço de mortes e pela piora de doenças respiratórias no Brasil e no exterior. A declaração foi dada em entrevista exclusiva à Jovem Pan News concedida em 13 de novembro de 2025.
Padilha explicou que fenômenos extremos, como queimadas e secas prolongadas, elevam a circulação de partículas nocivas no ar e dificultam o acesso da população a serviços básicos. “As pessoas estão morrendo por tragédias climáticas e pelo aumento de doenças respiratórias relacionadas ao fogo”, pontuou.
O ministro citou a recente estiagem na Amazônia como exemplo de obstáculo adicional para comunidades ribeirinhas. De acordo com ele, a queda do nível dos rios compromete rotas de transporte, impede a chegada de medicamentos e atrasa consultas médicas, ampliando riscos à saúde.
Para enfrentar o cenário, Padilha defendeu que o país vá além das políticas de mitigação de longo prazo e concentre esforços imediatos na adaptação do sistema de saúde. “Não é só mitigação. Precisamos adaptar já os sistemas de saúde para salvar vidas hoje”, reforçou.

Entre as medidas citadas está o fortalecimento da atenção básica em regiões vulneráveis, a criação de protocolos de atendimento para eventos climáticos extremos e a integração de dados ambientais aos sistemas de vigilância em saúde. Segundo o ministro, preparar unidades de atendimento para picos de doenças respiratórias e garantir cadeias logísticas estáveis torna-se fundamental à proteção da população.
Padilha concluiu que reconhecer a crise climática como crise de saúde é passo essencial para alocar recursos e planejar ações emergenciais, evitando que episódios de calor intenso, enchentes ou queimadas agravem ainda mais o quadro de morbidade e mortalidade no país.

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