Padilha desiste de Assembleia da ONU após restrição de visto dos EUA

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, retirou-se da comitiva que seguirá aos Estados Unidos para a 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas na próxima semana. A decisão ocorreu após o governo norte-americano impor restrição de visto que o impediria de participar presencialmente da reunião do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Segundo nota do Ministério da Saúde, a Missão dos Estados Unidos para a ONU comunicou que Padilha estaria vetado de ingressar no encontro, podendo apenas deslocar-se do hotel à sede da organização e, em caso de emergência, a unidades médicas. O órgão brasileiro classificou a medida como violação do Acordo de Sede das Nações Unidas e do direito do país de apresentar suas propostas no principal fórum de saúde das Américas.

“Trata-se de uma limitação infundada e arbitrária ao exercício diplomático brasileiro”, afirmou a pasta em comunicado. A nota acrescenta que a restrição não seria direcionada ao ministro individualmente, “mas ao que o Brasil representa na luta contra o negacionismo que ameaça a vacinação”.

Com a desistência da viagem, Padilha permanecerá em Brasília para acompanhar a votação da Medida Provisória que cria o programa Agora Tem Especialistas no Congresso Nacional. Apesar da ausência do ministro, o ministério informou que as articulações permanecem com a delegação já confirmada em Nova York e Washington, além de encontros previstos com representantes do Mercosul, do Brics e da futura COP-30.

Padilha desiste de Assembleia da ONU após restrição de visto dos EUA - Imagem do artigo original

O episódio é mais um capítulo do atrito diplomático iniciado em agosto, quando Washington cancelou os vistos da esposa e da filha de 10 anos de Padilha. Na mesma ocasião, foram revogados os vistos do secretário de Atenção Especializada à Saúde, Mozart Julio Tabosa Sales, e do ex-assessor de Relações Internacionais Alberto Kleiman, ligado à organização da COP-30 de 2025. O então secretário de Estado, Marco Rubio, acusou os servidores de participarem de um esquema de “exportação de trabalho forçado” de médicos cubanos por meio do programa Mais Médicos.

Apesar da restrição de visto dos EUA, o Ministério da Saúde reiterou que “a ciência continuará a avançar e o Brasil não deixará de atuar pela sua soberania”.

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