A recém-lançada Plataforma Som Por Elas chega ao mercado musical brasileiro com a proposta de ampliar o acesso de mulheres, especialmente nordestinas, a capacitação e oportunidades no music business.
Idealizado pelas jornalistas e empresárias baianas Beatriz Almeida e Joyce Melo, o serviço reúne trilhas de formação, cursos técnicos, rede de contatos, premiações e ações de aceleração de projetos. “Mulheres não acessam oportunidades, contatos e conhecimentos estratégicos no setor, sobretudo as nordestinas e baianas”, afirma Melo, que assume a direção executiva da iniciativa.
O empreendimento é uma expansão do selo e braço educacional Som Por Elas, desdobramento da Pagode Por Elas — movimento fundado pela dupla que nasceu como trabalho de conclusão de curso sobre a baixa representação feminina no pagode baiano.
Conteúdo dos cursos
Ao todo, estão disponíveis 11 módulos anuais voltados a diferentes fases de carreira, desde identidade artística e distribuição até venda de shows. Entre os profissionais convidados para ministrar as aulas estão:
- Ziati Comazi – produtor e gestor cultural
- Ana GB – produtora cultural e artística
- Anne Rodrigues – produtora e diretora criativa
- Lívia Nery – cantora e produtora musical
- Madu Abreu – responsável pelo marketing digital de Léo Santana
Os pacotes custam R$ 897 por ano ou R$ 91,28 mensais. “Criamos um modelo financeiramente sustentável sem perder a acessibilidade”, explica Almeida, diretora de projetos.
Período de testes
Antes do lançamento oficial, a Plataforma Som Por Elas ofereceu acesso gratuito a 50 mulheres. Quatro artistas foram escolhidas para um processo de aceleração que incluiu produção de single, ensaio fotográfico, visualizer e planejamento de comunicação. Selecionada para o programa, a cantora e dançarina Neftara relata: “Aprendi sobre planejamento de carreira e sobre a importância da representatividade feminina. Foi um espaço de fortalecimento que me inspirou profundamente”.
Financiamento e parcerias
O desenvolvimento do portal foi viabilizado pelo edital Gregórios – Ano IV, com recursos da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Salvador, Prefeitura de Salvador e Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), do Ministério da Cultura. Segundo as fundadoras, todas as etapas foram conduzidas majoritariamente por profissionais mulheres.
Com a estreia, a Plataforma Som Por Elas passa a se posicionar como ferramenta de referência para mulheres que buscam conhecimento técnico, networking e segurança na gestão de suas carreiras musicais.
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