Na ONU, Lula afirma pobreza ser inimiga da democracia e paz

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu, nesta terça-feira (23), o debate geral da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, com a mensagem de que a pobreza ameaça a democracia tanto quanto o extremismo. Ao apresentar sua visão, o chefe de Estado brasileiro associou desigualdade econômica à instabilidade política e defendeu ações globais coordenadas contra a fome.

“A única guerra em que todos podem sair vencedores é a travada contra a fome e a pobreza”, declarou. Segundo Lula, 670 milhões de pessoas continuam passando fome no planeta e cerca de 2,3 bilhões enfrentam algum grau de insegurança alimentar.

Ele citou dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) que confirmam a saída do Brasil do Mapa da Fome em 2025, resultado classificado por Lula como “motivo de orgulho”, mas reforçou que a desigualdade segue elevada em escala mundial.

O presidente argumentou que a democracia “falha” quando mulheres recebem salários menores que homens ou morrem vítimas de violência doméstica, e “perde” quando governos responsabilizam migrantes por problemas internos. Para enfrentar esses desafios, o líder brasileiro propôs redirecionar recursos atualmente destinados a conflitos armados para programas de desenvolvimento.

Entre as medidas sugeridas, estão:

  • ampliar a ajuda internacional ao desenvolvimento;
  • negociar alívio da dívida externa dos países mais pobres, especialmente africanos;
  • estabelecer padrões mínimos de tributação global para que “super-ricos paguem mais impostos que trabalhadores”.

Lula também destacou a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa lançada durante a presidência brasileira do G20. De acordo com ele, 103 países já aderiram ao mecanismo, que busca coordenar políticas de segurança alimentar e fortalecer sistemas de proteção social.

Em tom crítico ao “desequilíbrio das prioridades internacionais”, o presidente afirmou que “não faz sentido gastar trilhões em guerras enquanto faltam recursos para combater a miséria”. Ao final, reforçou que a pobreza e a democracia estão diretamente conectadas e que superar a primeira é condição para preservar a segunda.

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