
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira, 23 de setembro de 2025, que a América Latina e o Caribe enfrentam um período de “crescente polarização e instabilidade”. A declaração foi feita na abertura da 79ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
Lula destacou que manter a região como “zona de paz” segue como prioridade brasileira. Segundo ele, o continente permanece livre de armas de destruição em massa e não registra conflitos étnicos ou religiosos, características que, para o presidente, precisam ser preservadas.
O chefe de Estado manifestou preocupação com a “equiparação entre criminalidade e terrorismo” no debate internacional. Para enfrentar o tráfico de drogas, defendeu ações conjuntas que incluam repressão à lavagem de dinheiro e restrição ao comércio ilegal de armas.
No discurso, Lula advertiu contra o uso de força letal em situações fora de conflito armado. “Empregar letalidade onde não há guerra equivale a executar pessoas sem julgamento”, afirmou, acrescentando que intervenções anteriores em outras partes do mundo resultaram em impacto humanitário superior ao problema que buscavam conter.
Ao abordar questões específicas, o presidente reiterou que o caminho do diálogo “não pode ser fechado” na Venezuela, país submetido a tensões políticas e sanções internacionais. Ele também sustentou que o Haiti “tem direito a um futuro livre de violência”, referindo-se à crise de segurança e governabilidade enfrentada pela nação caribenha.
Lula classificou como “inadmissível” a inclusão de Cuba na lista de Estados que patrocinam o terrorismo, medida aplicada pelos Estados Unidos. Segundo ele, a designação dificulta o acesso da ilha a financiamento e agrava os efeitos do embargo econômico.
A fala foi concluída com a defesa da cooperação regional como instrumento principal para preservar a estabilidade e evitar que a polarização na América Latina se transforme em conflito aberto.
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