A Polícia Federal (PF) informou ter apreendido R$ 9,5 bilhões em dinheiro e bens ligados ao crime organizado entre janeiro e novembro de 2025, montante 55% superior ao registrado no mesmo período de 2024, quando somou R$ 6,1 bilhões. O balanço foi apresentado nesta segunda-feira (15) pelo diretor-geral da corporação, Andrei Rodrigues, na sede da PF, em Brasília.
Segundo o diretor, o valor recolhido inclui quantias em espécie, imóveis, embarcações, aeronaves, criptomoedas e ouro. “São recursos efetivamente retirados do crime organizado”, declarou. Parte do montante foi localizada em contas bancárias de investigados; nesses casos, explicou, o montante bloqueado costuma ficar abaixo do limite fixado pela Justiça.
Rodrigues defendeu a estratégia de descapitalização como forma de desarticular grandes estruturas criminosas. “Precisamos enfrentar quem financia, quem comanda o crime e raramente pisa em uma favela”, afirmou. Ele também criticou a decisão da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro que revogou a prisão do deputado Rodrigo Bacellar (União), suspeito de vazar informações sobre uma megaoperação no estado.
O balanço operacional da PF indica 3.310 operações homologadas em 2025, superando as 3.133 realizadas em todo o ano anterior. Até novembro, foram cumpridos 2.413 mandados de prisão, número acima dos 2.184 de 2024, resultado que o diretor classificou como reflexo da “maior eficiência investigativa”.
No âmbito da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), foram contabilizadas 215 operações no ano, com 978 prisões e 1.551 mandados de busca e apreensão cumpridos. As ações dessa força-tarefa retiraram R$ 163,31 milhões em ativos ilícitos.
A Polícia Federal destacou que manterá o foco na apreensão de bens para atingir a estrutura financeira das organizações criminosas, considerada pelo comando da instituição como o principal mecanismo de enfraquecimento desses grupos.
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