A Câmara Brasileira do Livro (CBL) escolheu a escritora Ana Maria Machado como Personalidade Literária da 67ª edição do Prêmio Jabuti, cuja cerimônia está marcada para 2025.
O reconhecimento é concedido a autores que influenciaram a literatura brasileira e contribuíram para a formação de leitores em diferentes gerações. Com mais de 100 títulos publicados — entre romances, contos, ensaios e obras infantojuvenis — Ana Maria ocupa desde 2003 a cadeira nº 1 da Academia Brasileira de Letras (ABL), posição anteriormente ocupada por nomes como Joaquim Nabuco e Manuel Bandeira.
Nascida no Rio de Janeiro, a autora iniciou a carreira como pintora após estudar no Museu de Arte Moderna do Rio e no MoMA, em Nova York. Ainda jovem, participou de exposições no Brasil e no exterior. Formada em Letras pela antiga Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, lecionou em escolas e universidades e teve atuação expressiva no jornalismo.
Em 1969, durante o regime militar, foi presa e decidiu deixar o país. Na Europa, trabalhou na revista Elle, em Paris, na BBC de Londres e deu aulas de português na Sorbonne. No mesmo período, concluiu pós-graduação na França, orientada por Roland Barthes, defendendo tese sobre a obra de Guimarães Rosa.
De volta ao Brasil, colaborou com veículos como Correio da Manhã, Jornal do Brasil e O Globo, além de periódicos como Realidade, IstoÉ, Veja, O Pasquim, Opinião e Movimento. Entre 1979 e 1997, foi sócia da Malasartes, primeira livraria especializada em literatura infantojuvenil do país.
A lista de prêmios da escritora inclui três Jabutis: “História meio ao contrário” (1978), “Esta força estranha” (1997) e “Fiz voar meu chapéu” (2000). Ela também recebeu o Hans Christian Andersen (2000), considerado o “Nobel” da literatura infantil, o Prêmio Machado de Assis da ABL (2001), além de distinções do Casa de las Américas, Prêmio Cultura RJ, Ibero-Americano de Literatura Infantil e Príncipe Claus, da Holanda.
Segundo a CBL, a escolha de Ana Maria “ressalta a importância de sua obra na consolidação do livro como ferramenta de cidadania”. Com obras traduzidas para diversos idiomas e publicadas em mais de 20 países, a autora amplia o alcance internacional da produção literária nacional.
A premiação reforça o papel do Prêmio Jabuti como principal distinção do mercado editorial brasileiro e destaca uma trajetória marcada por inovação artística, engajamento cultural e dedicação à leitura para o público juvenil e adulto.
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