A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) prendeu neste sábado (20) o presidente da Torcida Jovem do Flamengo (TJF), Tiago de Souza Câmara Melo, conhecido como Boinha, e outras sete pessoas suspeitas de participar da morte do torcedor vascaíno Rodrigo José da Silva Sant’anna. Os mandados de prisão temporária, válidos por 30 dias, foram cumpridos em diferentes pontos da cidade; um dos detidos foi autuado em flagrante.
Rodrigo Sant’anna, de 31 anos, foi baleado em 11 de setembro, dia da partida entre Vasco e Botafogo no Estádio Nilton Santos, zona norte da capital. Ele estava no bairro Oswaldo Cruz, a cerca de sete quilômetros da arena, quando o grupo rival armou uma emboscada contra vascaínos que se deslocavam para o jogo.
De acordo com a investigação, os integrantes da Torcida Jovem do Flamengo atacaram com fogos de artifício e efetuaram pelo menos quatro disparos de arma de fogo; um deles atingiu Rodrigo. Outro torcedor também foi alvo dos tiros, configurando tentativa de homicídio. Imagens de câmeras de segurança ajudaram a identificar os envolvidos.
Para a DHC, o crime teve motivação “fútil, abjeta e primitiva” ligada à rivalidade entre torcidas. Os suspeitos evitaram usar símbolos do Flamengo para dificultar a identificação, segundo os policiais.
A prisão de Tiago Melo ocorre três dias depois de a Justiça determinar novo banimento da Torcida Jovem do Flamengo dos estádios e de qualquer evento esportivo por dois anos. A medida foi adotada pelo Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos, com base em relatórios do Batalhão Especializado em Policiamento em Estádios (Bepe) que apontam tumultos, roubos e invasões envolvendo membros uniformizados da TJF em 31 de agosto.
Esse é o segundo afastamento recente da torcida organizada. O anterior, de três anos, vigorou entre setembro de 2021 e meados de 2024, em razão de episódios de violência registrados em 2015 durante jogos do Campeonato Carioca.
A sequência de prisões no universo das torcidas organizadas inclui operação da Polícia Civil realizada na quinta-feira (18), quando duas pessoas foram capturadas por usar redes sociais para marcar confrontos. Uma delas foi presa por porte ilegal de arma; a outra, por reagir à abordagem policial.
Os oito detidos neste sábado responderão por homicídio qualificado e tentativa de homicídio. A Delegacia de Homicídios mantém diligências para identificar possíveis colaboradores que não foram localizados.
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