
O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, informou nesta quinta-feira (18) que uma força-tarefa está revisando a concessão de crédito consignado a aposentados e pensionistas do Regime Geral da Previdência Social. A equipe, composta por servidores da pasta e da Polícia Federal, investiga indícios de descontos não autorizados em benefícios.
“Estamos olhando com lupa e fazendo um pente-fino nesses consignados”, declarou Queiroz durante entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação. Segundo ele, desde maio, quando assumiu o cargo, chegaram ao ministério diversos relatos de beneficiários que tiveram valores descontados sem solicitar ou receber empréstimos.
O ministro afirmou ter encaminhado as queixas à área de inteligência logo após tomar conhecimento dos casos. “Quero saber quem está fazendo isso com os nossos aposentados”, disse. Um relatório preliminar, mantido em sigilo, já foi entregue à cúpula da Previdência e serve de base para reuniões com representantes do setor financeiro, como a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a Associação Brasileira de Bancos (ABBC).
Queiroz ressaltou que o objetivo é evitar fraudes, preservar a reputação do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e proteger os beneficiários. Ele explicou que o sistema previdenciário movimenta mais de R$ 1 trilhão por ano, o que atrai tentativas de irregularidades. “Estamos vigilantes para que não haja qualquer tipo de desconto indevido, corrupção ou fraude também nos consignados”, enfatizou.
De 2003 a 2024, a força-tarefa previdenciária participou de 1.315 operações em todo o país, resultando em 3.721 prisões, das quais 557 envolveram servidores ou empregados públicos, conforme dados oficiais. Em algumas semanas, chegam a ocorrer até quatro operações, indicou o ministro, que pretende dar visibilidade ao trabalho para demonstrar o cuidado com a integridade dos pagamentos.

A força-tarefa combina ações de investigação, auditoria e cooperação com instituições financeiras e fintechs. O pente-fino atual busca identificar responsáveis por contratos falsos ou cobranças abusivas no empréstimo consignado, modalidade que permite desconto direto na folha de pagamento do benefício.
Sem antecipar prazo para conclusão, Queiroz afirmou que as verificações prosseguirão “com muito rigor” até que todos os casos suspeitos sejam esclarecidos. As entidades bancárias, acrescentou, estão sendo convocadas a reforçar mecanismos de controle e comunicação com os clientes aposentados.
O ministério orienta beneficiários que identifiquem descontos desconhecidos a registrar reclamação nas agências do INSS ou pelo telefone 135, além de notificar o banco envolvido. As informações coletadas alimentam a base de dados da investigação e podem resultar em novas operações conjuntas da Previdência e da Polícia Federal.
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