
Pro Bono, novo dorama disponível na Netflix, acompanha a trajetória de Kang Da-wit, magistrado que constrói a imagem de “Juiz do Povo” ao condenar o poderoso executivo Jang a uma longa pena. A decisão lhe rende prestígio imediato e o coloca como candidato natural à Suprema Corte sul-coreana.
Em cenas iniciais marcadas por coreografias de K-pop e leituras de mangá, o roteiro revela que cada gesto de Da-wit é calculado. Ele presta assistência jurídica apenas a pessoas capazes de favorecer sua carreira, estratégia que se torna evidente quando descobre que uma estudante que ajudara não possui direito a voto em sua cidade.
A narrativa ganha contornos de crítica social ao mostrar visitas cerimoniosas do protagonista a juízes envolvidos em corrupção. O momento decisivo ocorre quando um ex-colega de escola o chama para beber. Após a noite, Da-wit acorda no próprio carro com 1,2 bilhão de won em espécie e um vídeo que sugere suborno, fruto de um golpe arquitetado por um estelionatário conhecido.
Com a reputação abalada, o magistrado é temporariamente afastado. O peso emocional aumenta por meio de flashbacks da mãe, que trabalhou arduamente para sustentá-lo e sonhava vê-lo no topo da carreira jurídica. “Não falhe com ela nem com você mesmo”, ainda ecoa em seus pensamentos, segundo relembra em conversa com um assessor.
O enredo muda de direção quando Oh Jung-in, herdeira de um escritório renomado, oferece emprego ao juiz caído em desgraça. Longe da luxuosa ala corporativa, ele recebe mesa num porão abafado: a divisão de pro bono, onde casos pouco lucrativos — até disputas envolvendo cães — se acumulam. Nesse espaço reencontra a advogada Park Gi-ppeum, a quem havia tratado com desprezo, e passa a confrontar as consequências de sua vaidade.
Equilibrando comédia e crítica ao sistema judicial, Pro Bono retrata ascensão, queda e possível redenção de um protagonista complexo, reforçando a popularidade dos K-dramas que combinam entretenimento leve com comentários sociais.

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