
Delegações de diversos países, entre elas a brasileira, abandonaram simultaneamente o plenário da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas na manhã desta sexta-feira, 26 de setembro de 2025, assim que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, iniciou seu discurso.
O ato foi coordenado previamente como forma de protesto contra as operações militares israelenses na Faixa de Gaza, que se estendem há quase dois anos e já resultaram em mais de 60 mil vítimas, segundo números citados pelos organizadores da manifestação. Logo que Netanyahu subiu ao púlpito, o mestre de cerimônias pediu “ordem na sala, por favor”, mas a maioria das cadeiras permaneceu vazia durante toda a fala do premiê.
Com o plenário praticamente deserto, o líder israelense afirmou que os adversários de Israel representam uma ameaça global, inclusive para os Estados Unidos, principal aliado do país. “Odeiam a todos nós da mesma forma. Eles querem arrastar o mundo moderno para o fanatismo”, declarou.
A retirada coordenada incluiu representantes de nações da América Latina, África, Europa e Ásia, além de diplomatas de organizações multilaterais. Fontes envolvidas na ação explicaram que a iniciativa buscou chamar atenção para o que classificam como violações do direito internacional humanitário em Gaza.
A postura crítica em relação à ofensiva israelense já havia sido evidenciada três dias antes, quando o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva abriu a 80ª sessão da Assembleia Geral. Em seu pronunciamento, Lula descreveu a situação em Gaza como “genocídio” e lembrou que ataques do Hamas “são indefensáveis, mas nada, absolutamente nada, justifica o genocídio em curso”.
Procurado após o episódio desta sexta-feira, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que não fará comentários adicionais.
O protesto amplia a pressão diplomática sobre Israel em meio ao prolongado conflito, enquanto o discurso de Netanyahu na ONU reforça a posição de Tel Aviv de associar seus opositores ao extremismo global. A repercussão do ato ainda deve dominar os debates da atual sessão da Assembleia Geral, que prossegue até a próxima semana em Nova York.
Ver essa foto no Instagram
Faça um comentário