Capital paulista bate recorde de feminicídios em 2025 até outubro

Imagem que representa a preocupação com o aumento dos feminicídios na capital paulista, que bate recorde em 2025 até outubro, com destaque para uma mão fechada em sinal de ameaça e uma mulher ao fundo

Dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) indicam que, entre janeiro e outubro de 2025, 53 mulheres foram vítimas de feminicídio na cidade de São Paulo. Mesmo sem a inclusão dos casos de novembro e dezembro, esse total já supera todos os registros anuais desde 2018, quando a série histórica passou a ser monitorada após a tipificação do crime.

No estado, o número chegou a 207 ocorrências nos dez primeiros meses, alta de 8% em comparação ao mesmo período de 2024, quando haviam sido contabilizados 191 assassinatos motivados por gênero. O avanço reforça a necessidade de políticas de prevenção e assistência às vítimas, tema que se mantém no centro do debate público.

O feminicídio foi inserido no Código Penal em março de 2015. Pela legislação, o assassinato é enquadrado nessa categoria quando envolve violência doméstica ou familiar e é motivado por menosprezo ou discriminação à condição de mulher. As penas variam de 12 a 30 anos de prisão.

A capital paulista vinha registrando oscilações nos últimos anos, mas nunca superara a barreira de 51 casos – número alcançado em 2024. A nova marca, atingida ainda em outubro, coloca 2025 como o ano com maior incidência desde o início do acompanhamento separado dos homicídios contra mulheres.

Medidas de enfrentamento

Em nota enviada à imprensa, a SSP-SP afirmou que “o enfrentamento à violência contra a mulher é prioridade do governo estadual”. A pasta destacou a expansão da Cabine Lilás, estrutura instalada no Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) e hoje presente na Grande São Paulo e em cidades do interior, como Campinas, Bauru e Sorocaba. Segundo a secretaria, o serviço já realizou cerca de 14 mil atendimentos.

A Cabine Lilás conta com policiais femininas treinadas para acolher vítimas, fornecer informações sobre medidas protetivas e acionar viaturas quando necessário. “As agentes fornecem informações sobre canais de denúncia e serviços de apoio, além de despachar viaturas quando necessário”, informou a SSP-SP.

O estado dispõe ainda de 142 Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) e 170 salas DDM 24 h, onde as denúncias podem ser formalizadas por videoconferência com delegadas de plantão. De acordo com a secretaria, a oferta dessas salas cresceu 174,1% nos últimos anos, ampliando o acesso a atendimento especializado.

Especialistas avaliam que a sistematização de dados e a divulgação de estatísticas são passos importantes para orientar políticas públicas. A SSP-SP reforça que denúncias podem ser feitas pelo telefone 190, pela Delegacia Eletrônica ou pessoalmente nas DDMs.

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