Organização Meteorológica Mundial projeta recuperação completa da camada de ozônio até 2066

Imagem da Terra vista do espaço com o Sol ao fundo, destacando a recuperação da camada de ozônio prevista pela Organização Meteorológica Mundial até 2066.
Foto: Banco de imagem

A camada de ozônio apresenta sinais consistentes de recuperação e pode voltar aos níveis da década de 1980 nas próximas décadas, indica o Boletim de Ozônio da Organização Meteorológica Mundial (OMM), divulgado nesta terça-feira (16), Dia Mundial do Ozônio.

Segundo o documento, o buraco sobre a Antártida foi menor em 2024 que nos anos recentes, com déficit máximo de 46,1 milhões de toneladas registrado em 29 de setembro. Caso as políticas atuais permaneçam, a projeção é de recuperação total até 2066 na Antártida, 2045 no Ártico e 2040 para o restante do planeta.

A OMM credita o avanço à Convenção de Viena, que completa 40 anos, e ao Protocolo de Montreal, firmado em 1989. O tratado eliminou mais de 99% das substâncias destruidoras da camada de ozônio, antes amplamente usadas em sistemas de refrigeração, ar-condicionado, espumas e aerossóis.

Para o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, o êxito demonstra a força da cooperação científica e política. “Quando as nações atendem aos alertas da ciência, o progresso é possível”, afirmou.

A recuperação da camada de ozônio deve reduzir a incidência de câncer de pele, catarata e danos a ecossistemas provocados pela radiação ultravioleta. A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, ressaltou que o resultado é fruto de “confiança, colaboração internacional e troca livre de dados”.

Apesar dos avanços, o presidente do Grupo Consultivo Científico da OMM sobre Ozônio e Radiação Solar UV, Matt Tully, alertou que o monitoramento não pode ser interrompido. “Ainda há necessidade essencial de acompanhar cuidadosamente tanto o ozônio estratosférico quanto as substâncias que o destroem e seus substitutos”, declarou.

Complementando o Protocolo de Montreal, a Emenda de Kigali, de 2016, prevê reduzir gradualmente os hidrofluorcarbonetos, gases de efeito estufa usados como substitutos dos compostos banidos. A medida pode evitar até 0,5 °C de aquecimento global até o fim do século, reforçando a relevância de manter o controle sobre esses químicos.

O boletim da OMM conclui que a manutenção dos acordos multilaterais é decisiva para preservar a tendência de alta na concentração de ozônio e garantir, até meados do século, uma atmosfera semelhante à observada antes da intensificação do buraco nos anos 1980.

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