
Um vídeo que circula nas redes sociais tem gerado polêmica ao afirmar que o medicamento Ritalina foi nomeado em homenagem à cantora Rita Lee. A gravação apresenta a artista dizendo que o remédio foi inspirado nela, e que a cantora pagou cerca de 40% para as pesquisas e desenvolvimento do medicamento, mas essa informação é falsa.
Deep Fake e a Desinformação
A gravação em questão é um exemplo de deep fake, uma técnica que utiliza manipulação digital para criar vídeos que parecem reais, mas que na verdade disseminam informações enganosas. A Ritalina, medicamento utilizado no tratamento de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e narcolepsia, foi desenvolvida na década de 1940, muito antes de Rita Lee ganhar notoriedade no cenário musical. Na época do lançamento do medicamento, a cantora tinha apenas 9 anos.
A História Real da Ritalina
A origem do nome Ritalina é bastante distinta do que sugere o vídeo viral. Em 1944, o químico Leandro Panizzon, que trabalhava na empresa farmacêutica suíça Ciba (atualmente conhecida como Novartis), foi o responsável pela primeira síntese do metilfenidato, a substância ativa da Ritalina.
Panizzon, seguindo práticas comuns da época, testou a nova substância em si mesmo, mas não percebeu efeitos significativos. Curioso, ele decidiu oferecer o composto à sua esposa, Marguerite Panizzon, que sofria de pressão baixa. Após uma partida de tênis, Marguerite relatou uma melhora notável em seu desempenho, o que levou o químico a associar a melhora ao uso do metilfenidato.
Foi então que Leandro Panizzon decidiu nomear o novo medicamento. Ele se inspirou no apelido carinhoso de sua esposa, Rita, e assim surgiu o nome Ritalina.
Esclarecimento da Novartis
A Novartis, atual fabricante da Ritalina, também esclarece que o nome do medicamento é derivado do ácido ritalínico, descartando qualquer relação com a artista brasileira. A empresa enfatiza que a origem do nome está ligada a aspectos científicos e não a figuras públicas.
Impacto da Desinformação
A disseminação de informações falsas, como a que envolve a Ritalina e Rita Lee, pode ter consequências sérias. Além de confundir o público, esse tipo de conteúdo pode desviar a atenção de questões importantes relacionadas à saúde e ao uso responsável de medicamentos. É fundamental que as pessoas verifiquem a veracidade das informações antes de compartilhá-las.
A confusão gerada pelo vídeo viral é um exemplo claro de como a desinformação pode se espalhar rapidamente nas redes sociais. A verdadeira origem da Ritalina é uma história de pesquisa científica e não tem qualquer relação com a cantora Rita Lee. É essencial que o público esteja atento e busque fontes confiáveis para evitar a propagação de boatos.
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