
Sandra Regina Ruiz Gomes, conhecida como Sandrão de Tremembé, afirmou em entrevista ao programa Domingo Espetacular, da Record, que a série “Tremembé”, do Prime Video, distorceu fatos fundamentais de sua trajetória dentro da Penitenciária Feminina de Tremembé, no interior paulista.
Condenada em 2003 a 27 anos de prisão por sequestro e homicídio, Sandrão negou ter exercido qualquer forma de liderança entre as internas, ponto central do roteiro. “Nunca fui chefe de pavilhão nem liderei presídio algum”, declarou a ex-detenta.
Outro elemento contestado envolve a relação retratada entre ela e Suzane von Richthofen. Segundo Sandrão, a produção exagera ao sugerir intimidade comparável ou superior aos atos cometidos por Suzane. A ex-presa também refuta a cena em que aparece ferida por disparo de arma de fogo; garante que jamais foi baleada e que as cicatrizes exibidas são fictícias.
A suposta “gaiola do amor”, espaço mostrado na série como local destinado a encontros de casais homoafetivos, igualmente foi rebatida. De acordo com Sandrão, cada interna possuía sua própria cama e, após o apagar das luzes, era possível apenas fechar a cortina para dormir ao lado de alguém, sem demonstrações públicas como as dramatizadas.
Sandrão abordou ainda a passagem que envolve um presente do apresentador Gugu Liberato, descrito no roteiro como causa de conflito entre ela e Suzane. Ela afirma que, na realidade, não houve discussão: comunicou à ex-colega que venderia o objeto por necessidade financeira, e Suzane não voltou para buscá-lo.
Para Sandrão, diversos episódios exibidos têm caráter meramente “entretenimento”, sem correspondência direta com os registros do período em que esteve presa. A entrevista reabre o debate sobre os limites entre liberdade artística e responsabilidade factual em produções baseadas em histórias reais.

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