A ex-detenta Sandra Regina “Sandrão” Ruiz Gomes relatou, em entrevista exibida no programa Domingo Espetacular, detalhes do relacionamento que manteve com Suzane von Richthofen enquanto ambas cumpriam pena no presídio feminino de Tremembé, interior de São Paulo. Segundo Sandrão, o vínculo começou em 2010, durou cerca de sete anos e foi marcado por afeto genuíno, contrariando a ideia de manipulação frequentemente atribuída a Suzane.
“Eu fui apaixonada por Suzane por sete anos”, declarou a entrevistada, reforçando que o romance lhe proporcionou bem-estar mesmo dentro do sistema prisional. Ela descreveu a convivência como “intensa e verdadeira”, sustentada por companheirismo diário em uma ala que reunia detentas de grande repercussão midiática, entre elas Elize Matsunaga.
Sandrão afirmou ter planejado uma vida fora da cadeia ao lado de Suzane. A ideia era levá-la para Mogi das Cruzes, onde possui familiares e amigos, e abrir uma oficina mecânica — área em que já trabalhava antes da prisão — para garantir renda e anonimato. Entretanto, as limitações financeiras inviabilizaram o projeto. “Eu sou pobre, da periferia”, reconheceu, apontando a falta de capital como o principal obstáculo para concretizar o recomeço.
Quando percebeu que não conseguiria oferecer a estrutura sonhada, Sandrão decidiu pôr fim ao relacionamento. Durante uma gravação de TV ainda na penitenciária, comunicou a Suzane que a parceria terminava ali. “Acabou, a minha missão com você acabou aqui”, lembrou ter dito. Para ela, a “missão” consistia em mostrar que a ex-colega de cela era capaz de manter um laço afetivo autêntico, longe da imagem de frieza que ganhou notoriedade após o assassinato dos pais.
Condenada por sequestro e assassinato de um adolescente, Sandrão foi transferida a Tremembé após episódios de agressão em outras unidades. O presídio tornou-se conhecido por abrigar detentas envolvidas em crimes de forte repercussão, cenário que agora retorna ao centro do debate com a série documental “Tremembé”, atualmente em exibição.
A produção televisiva reacendeu o interesse do público nas histórias pessoais das presas. Ao relatar sua versão, Sandrão sustenta que o romance com Suzane von Richthofen teve impacto real na trajetória de ambas e não serviu como estratégia para obtenção de benefícios carcerários. O depoimento acrescenta novo capítulo à narrativa sobre relacionamentos e dinâmicas afetivas dentro de uma das penitenciárias mais comentadas do país.
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