Sangramento pós-menopausa pode ser sinal grave de câncer no útero

Qualquer sangramento uterino depois da menopausa deve levar a uma avaliação imediata, pois pode indicar câncer de endométrio, um dos tumores ginecológicos mais comuns em mulheres acima de 50 anos. Estimativas do Globocan apontam crescimento contínuo da doença no mundo, impulsionado pelo avanço da obesidade, sedentarismo e envelhecimento da população. No Brasil, projeções recentes sinalizam mais de 6,5 mil novos diagnósticos anuais.

O principal alerta médico é o sangramento em mulheres que já não menstruam. “A maioria das pacientes pós-menopausa não deve ter qualquer perda de sangue; qualquer episódio precisa ser investigado”, ressalta a ginecologista Ana Horovitz. Outros sintomas que podem surgir incluem dor pélvica persistente, corrimento sanguinolento ou com odor intenso e sangramentos irregulares em mulheres ainda em idade reprodutiva.

Entre os fatores de risco, a obesidade é o mais expressivo. Estudos mostram que o excesso de gordura corporal eleva em até quatro vezes a probabilidade de câncer de endométrio ao aumentar a produção periférica de estrogênio, hormônio que estimula o revestimento interno do útero de forma contínua. Histórico familiar de tumores ginecológicos, síndrome de Lynch, uso prolongado de terapia hormonal sem supervisão, diabetes e hipertensão também ampliam a vulnerabilidade. Aproximadamente 75% dos casos ocorrem após os 50 anos.

A investigação costuma ser simples: exame ginecológico, ultrassom transvaginal para medir a espessura do endométrio e, quando necessário, biópsia do tecido. Detectado no estágio inicial, o tratamento padrão é cirúrgico e apresenta altas taxas de cura. Em estágios avançados, o plano terapêutico pode incluir quimioterapia, radioterapia ou imunoterapia.

Prevenir continua sendo a estratégia mais eficaz. Manter o peso adequado, praticar atividade física regular, controlar doenças crônicas e evitar terapias hormonais sem orientação médica reduzem expressivamente o risco de câncer de endométrio. Para mulheres com fatores de risco, consultas periódicas e atenção a qualquer perda de sangue fora do padrão são medidas essenciais.

Diagnóstico precoce faz toda a diferença para a sobrevida”, afirma Horovitz. Por isso, diante de sangramento pós-menopausa ou outros sinais descritos, a recomendação é procurar o ginecologista sem demora.

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