
O governo de São Paulo estendeu nesta sexta-feira (19) o período de redução do fornecimento de água na Região Metropolitana de oito para dez horas diárias. A restrição, que tem o objetivo de preservar os mananciais, valerá das 19h às 5h em toda a área atendida pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Além do corte noturno, o comitê formado pela Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) e pela Sabesp informou que algumas localidades poderão enfrentar diminuições pontuais de pressão durante o dia. Os bairros e critérios de aplicação ainda não foram detalhados.
A decisão ocorre em meio a uma das semanas mais secas do ano, marcada por alertas de queimadas em todo o estado. Em agosto, a pluviosidade nos sistemas que abastecem cerca de 20 milhões de habitantes ficou abaixo de um terço da média histórica de 30 mm. O período de estiagem, que tradicionalmente termina em meados de setembro, ainda não apresenta sinais de recuo.
A primeira fase da regulação do abastecimento entrou em vigor em 27 de agosto. Segundo a Sabesp, a medida poupou 7,25 bilhões de litros de água desde então, volume suficiente para atender aproximadamente 800 mil pessoas por um mês.
Em nota, o comitê afirmou que “diante dos eventos climáticos e do cenário de chuvas abaixo do esperado, foi preciso ampliar o período para a recuperação dos reservatórios”. O texto reforça a necessidade de monitoramento constante para garantir a segurança hídrica.

O boletim de monitoramento indica que o Sistema Integrado Metropolitano opera com 32,8% do volume útil, 7,7 pontos percentuais a menos que no mesmo período de 2021. Os sistemas Cantareira e Alto Tietê, responsáveis por cerca de 80% da capacidade total, registram 30,3% e 26,1% de armazenamento, respectivamente. Na última semana, a média de queda foi de 0,26% ao dia.
A Sabesp recomenda que consumidores mantenham o uso consciente de água enquanto persistem a estiagem e a pressão reduzida nas redes de distribuição.
Faça um comentário