Série ‘As Mortas’: destino de Arcángela e Serafina no episódio final

Cena do episódio final da série 'As Mortas', mostrando Arcángela e Serafina atrás das grades, com expressões de preocupação e medo.
Foto: Divulgação

A Netflix concluiu a minissérie ‘As Mortas’, produção criada por Luis Estrada a partir do livro homônimo de Jorge Ibargüengoitia, publicado em 1977. Em seis episódios, o drama reconstrói o caso real das irmãs González Valenzuela — retratadas como Arcángela, Serafina e Eulalia Baladro — que lideraram uma rede de exploração sexual e homicídios no México.

No enredo, Arcángela, a mais velha, transforma um bar local em bordel e passa a comprar a proteção de autoridades para expandir o negócio. Serafina assume a gestão de novas casas, enquanto Eulalia auxilia na administração diária. Festas luxuosas e favorecimentos políticos garantem a continuidade das atividades até que uma onda moralista leva ao fechamento de parte dos estabelecimentos.

Com a perda de receita, as irmãs recorrem a práticas mais violentas: venda de mulheres, suborno de policiais e assassinatos para ocultar provas. A série mostra que a cobertura de políticos falidos e agentes corruptos sustentou o império criminoso mesmo diante de denúncias crescentes.

O relacionamento entre Serafina e o padeiro Simon serve de fio narrativo para expor a manipulação psicológica. Inicialmente cúmplice, ele acaba se tornando testemunha-chave quando o filho de Arcángela, Beto, morre em circunstâncias suspeitas e o descontentamento das mulheres exploradas aumenta.

A virada definitiva ocorre com a descoberta de corpos enterrados no cassino das Baladro, fato que leva à captura das três. Nos tribunais, provas e testemunhos contraditórios dominam as audiências, mas a Justiça mexicana declara Arcángela e Serafina culpadas por múltiplos homicídios, sentenciando cada uma a 35 anos de prisão. Outros colaboradores também recebem longas penas.

Mesmo atrás das grades, as duas irmãs mantêm influência. A narrativa indica que subornos a funcionários penitenciários lhes permitem comandar negócios ilícitos, inclusive explorando detentas, evidenciando a persistência da corrupção que as protegeu em liberdade.

Embora foque na trajetória das Baladro, As Mortas destaca o sofrimento das vítimas, muitas delas anônimas, e ressalta como impunidade e relações de poder prolongaram a violência. O final atribui a queda do clã à soma de conflitos internos, pressão social e, sobretudo, à descoberta dos corpos, que tornou impossível ignorar os crimes.

Assim, a série conclui que Arcángela e Serafina permanecem presas, mas não totalmente contidas, sugerindo que a estrutura de corrupção que sustentou seus atos ainda resiste fora e dentro do presídio.

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