
O Sistema Único de Saúde (SUS) completa 35 anos nesta sexta-feira (19) e, segundo o Ministério da Saúde, permanece como o maior sistema público, gratuito e universal do planeta. Criado pela Constituição de 1988, o modelo tornou o acesso à saúde um direito de todos os brasileiros e substituiu o antigo esquema restrito aos trabalhadores formais ligados à Previdência Social.
Dados oficiais indicam que 76% dos 213,4 milhões de habitantes dependem diretamente do SUS para consultas, exames e internações. O volume de atendimento anual chega a 2,8 bilhões de procedimentos, executados por uma força de trabalho de 3,5 milhões de profissionais distribuídos em todo o território nacional.
Entre as principais iniciativas da rede pública, a Estratégia Saúde da Família foi destacada pela pasta. Implantado em 1994, o programa de atenção primária atua em unidades básicas de saúde, áreas rurais, comunidades ribeirinhas e territórios indígenas, oferecendo ações de promoção, prevenção, diagnóstico e tratamento.
O país também abriga a maior rede pública de transplantes do mundo. Somente em 2024, o SUS realizou 30 mil procedimentos e fornece gratuitamente os medicamentos imunossupressores necessários aos pacientes. Para o Ministério da Saúde, “o SUS se consolida como o maior sistema público, gratuito e universal do mundo”.
No campo das imunizações, o Programa Nacional de Imunizações disponibiliza 48 imunobiológicos – 31 vacinas, 13 soros e quatro imunoglobulinas – configurando o maior esquema de vacinação da América Latina. De acordo com nota da pasta, “as ações contribuíram para marcos como a erradicação da poliomielite, em 1994, e a recertificação do Brasil como país livre de sarampo”. O Brasil ainda foi pioneiro na oferta da vacina contra a dengue para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.
Outros marcos do sistema incluem o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), criado em 2003; o Brasil Sorridente e o Farmácia Popular, lançados em 2004; a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), também de 2004; a Rede Cegonha, atual Rede Alyne, em 2011; e o Programa Mais Médicos, implantado em 2013.

Com foco na autonomia produtiva, o governo retomou em 2023 a estratégia de fortalecer o complexo econômico-industrial da saúde. A previsão é que, em até uma década, 70% dos medicamentos, equipamentos e vacinas demandados pelo SUS sejam fabricados no país.
Entre os desafios históricos permanece o tempo de espera para consultas especializadas. O programa Agora Tem Especialistas concentra esforços em oncologia, cardiologia, ginecologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia. Paralelamente, a expansão da telessaúde, que já registrou 2,5 milhões de atendimentos em 2024, pode reduzir em 30% a fila por especialistas.
O novo PAC Saúde prevê a construção de unidades básicas, salas de teleconsulta, clínicas odontológicas móveis, policlínicas, maternidades, centros de atenção psicossocial e a aquisição de ambulâncias. A meta é universalizar o atendimento de urgência até 2026, inclusive em territórios indígenas, onde o serviço passa a funcionar 24 horas com profissionais bilíngues.
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