
Uma análise conduzida por pesquisadores da Duke University colocou o “padrão de sono dos animais” em perspectiva e mostrou que os seres humanos dormem menos que a maioria dos demais primatas. O levantamento reuniu dados de diversas espécies e indicou que pessoas em sociedades não industrializadas — consideradas a melhor aproximação do ambiente ancestral — descansam, em média, menos de sete horas por noite.
Entre nossos parentes mais próximos, a diferença é expressiva. Chimpanzés dormem aproximadamente 9,5 horas por dia e alguns lêmures chegam a atingir 17 horas diárias de repouso. Mesmo assim, os humanos, classificados entre os “dorminhocos mais eficientes” do reino animal, conseguem manter vigília por mais tempo sem perder funções cognitivas essenciais.
Segundo o grupo de pesquisa, a posição singular da espécie humana pode ser resultado de uma compensação evolutiva: reduzir o tempo de repouso para ganhar horas adicionais dedicadas a interação social, resolução de problemas e exploração de ambientes complexos. Essa hipótese ajuda a explicar por que, apesar das noites relativamente curtas, a humanidade desenvolveu altos níveis de consciência e habilidades de cooperação.
O banco de dados compilado pela equipe inclui mamíferos de diferentes portes, aves e répteis. Dentro desse panorama, humanos aparecem de forma consistente entre os que dormem menos. A constatação reforça a ideia de que a evolução moldou não apenas a quantidade, mas também a arquitetura do sono de cada espécie, ajustando-a aos desafios específicos de seu modo de vida.
Os autores destacam que compreender a “eficiência do sono humano” pode oferecer pistas para abordar distúrbios do sono contemporâneos, ao mesmo tempo em que contribui para desvendar como hábitos noturnos influenciam funções cerebrais e sociais ao longo da história evolutiva.

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