
O diretor norte-americano Quentin Tarantino voltou a chamar atenção ao declarar, em conversa privada relatada por sua esposa, a cantora israelense Daniella Pick, que “morreria como sionista” caso algo lhe aconteça em Tel Aviv. A afirmação veio à tona durante entrevista de Pick ao Canal 12 de Israel, em meio à guerra entre o país e o Hamas, iniciada em outubro de 2023.
Tarantino, que vive em Israel desde 2020, recusou-se a deixar o país diante da escalada do conflito e tem sido visto ao lado de militares, inclusive em visita a uma base no sul. O diretor, conhecido por sucessos como “Pulp Fiction” e “Bastardos Inglórios”, reforçou assim o vínculo que diz ter desenvolvido com o Estado israelense.
Origem e evolução do sionismo
O sionismo surgiu no fim do século 19 como resposta de judeus europeus ao crescimento do antissemitismo. O objetivo era criar um Estado judeu que servisse de refúgio seguro. A proposta ganhou ainda mais força após o Holocausto e abriu caminho para a criação de Israel, reconhecido pela ONU em 1947. O termo deriva do Monte Sião, em Jerusalém, símbolo da relação histórica do povo judeu com a região.
Termo carrega visões opostas
Hoje, o sionismo é interpretado de formas contrastantes. Para apoiadores, representa a garantia de proteção e autodeterminação judaica, um mecanismo de defesa após séculos de perseguições. Já críticos veem a ideologia como projeto colonial que teria desconsiderado a presença palestina e provocado disputas territoriais que persistem há décadas.
Por carregar essa dupla percepção, a palavra “sionista” tornou-se politicamente carregada. Seu uso pode indicar apoio à existência de Israel, mas também é associado, por detratores, a políticas que julgam prejudicar os palestinos.
Tarantino e o contexto atual
Desde o início da ofensiva israelense em Gaza, o cineasta tem participado de iniciativas de apoio às Forças de Defesa de Israel. Segundo Pick, o marido se mantém “tranquilo” em Tel Aviv. “Se algo acontecer, ele morrerá como sionista”, relatou ela à emissora israelense.
A declaração gerou repercussão justamente por colocar o conceito de sionismo no centro do debate durante um momento de alta tensão no Oriente Médio. Enquanto parte do público interpreta a frase como demonstração de solidariedade a Israel, outra parcela a lê como endosso a políticas consideradas nocivas aos palestinos.
Especialistas destacam que o termo continuará a ser disputado enquanto perdurar o conflito. Para Tarantino, porém, a palavra parece resumir o comprometimento que desenvolveu com o país onde escolheu viver nos últimos quatro anos.

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