Tempestade paralisa plantas da Toyota e força layoff temporário no Brasil

Indústria da Toyota no Brasil com plantas paralisadas após tempestade. Trabalhadores avaliam os danos causados pelo evento climático, afetando a produção e provocando layoffs temporários.
Foto: Reprodução

A Toyota interrompeu a produção em todas as suas unidades instaladas no Brasil depois que a forte chuva de 22 de setembro causou danos significativos à fábrica de motores de Porto Feliz (SP). A planta, responsável por abastecer as linhas de montagem de Sorocaba e Indaiatuba, também no estado de São Paulo, teve instalações afetadas e precisará de vários meses para retomar as atividades, segundo avaliação inicial da montadora.

Com a paralisação em Porto Feliz, as unidades de Sorocaba, onde são montados modelos compactos, e de Indaiatuba, dedicada ao Corolla, suspenderam imediatamente as linhas de produção por falta de motores. Em nota, a companhia informou que estuda transferir componentes de fábricas da Toyota em outros países para restabelecer o fluxo de peças e reativar as operações brasileiras “o mais rápido possível”.

A empresa iniciou negociações com os cerca de 5,5 mil trabalhadores envolvidos para adotar o layoff, mecanismo que prevê a suspensão temporária do contrato de trabalho, com manutenção do vínculo empregatício. O pagamento de salários passa a seguir regras específicas definidas em acordo coletivo e na legislação trabalhista.

No caso da unidade de Sorocaba, os funcionários decidirão em assembleia virtual, de 25 a 28 de setembro, se aceitam a proposta apresentada pela montadora. O Sindicato dos Metalúrgicos de Itu, Porto Feliz, Boituva e região informou que a Toyota se comprometeu a preservar todos os postos de trabalho em Porto Feliz e a manter benefícios já negociados, como plano de saúde e auxílio-alimentação.

“Nosso objetivo é proteger empregos e garantir a continuidade da produção quando as condições permitirem”, divulgou a empresa em comunicado interno. O sindicato, por sua vez, afirmou que “a manutenção dos direitos é prioridade, mesmo diante da dificuldade operacional inesperada”.

Até a conclusão da votação dos trabalhadores e a definição sobre a importação de motores, a Toyota não estabeleceu data para retomar as linhas em Sorocaba e Indaiatuba. A montadora reforçou que técnicos avaliam a extensão dos danos estruturais em Porto Feliz e que as obras de reparo começarão assim que o laudo de segurança for concluído.

A suspensão das atividades ocorre em um momento de recuperação gradual da produção nacional de veículos leves. Segundo dados da Anfavea, o setor vinha registrando aumento de volumes nos últimos meses, tendência que pode ser afetada pela parada nas fábricas da Toyota, que responde por parcela relevante do segmento de automóveis de passeio.

Enquanto aguarda a decisão dos metalúrgicos e a definição dos próximos passos logísticos, a companhia mantém contato com fornecedores e concessionárias para mitigar eventuais impactos no fornecimento de veículos ao mercado interno e à exportação.

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